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    Bernardo Mello Franco

    Vale-tudo pela segunda vaga

    27/09/2016 02h00

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SAO PAULO/SP BRASIL. 25/09/2016 - Debate dos candidatos da prefeitura de SP na sede da TV Record.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, PDER)***EXCLUSIVO***
    Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam de debate da Record, no domingo (25)

    BRASÍLIA - A disparada de João Doria apimentou a reta final da corrida à Prefeitura de São Paulo. Com o tucano isolado na frente, os demais candidatos passaram a se estapear pela outra vaga no segundo turno. O clima de vale-tudo dominou o debate de domingo (25), quando o estúdio da TV Record chegou perto de virar uma arena de "telecatch".

    Em confronto direto pela segunda posição, Marta Suplicy e Celso Russomanno protagonizaram o embate mais agressivo. A senadora desferiu o primeiro golpe. Citando reportagem da Folha, ela lembrou que o fiscal do consumidor já teve uma empresa multada por... propaganda enganosa. "Você votaria num candidato que mente assim?", provocou.

    O deputado reagiu com fúria: "Quando eu estava nos aeroportos brigando pelos consumidores, a senhora estava em Paris dizendo para o pessoal relaxar e gozar". Na pergunta seguinte, ele acusou Marta de se ausentar da cidade durante uma enchente, quando era prefeita: "Enquanto as pessoas estavam embaixo d'água, ela estava em Paris com o marido, aproveitando a vida".

    Mais tarde, Marta citaria outros rolos de Russomanno: a falência de um bar, de uma padaria e até de uma clínica em sociedade com Dr. Rey, o cirurgião das subcelebridades. "Onde ele entra, ele consegue falir e deixar o povo mais humilde na mão", acusou.

    Enquanto a dupla se engalfinhava, Doria entrou na mira dos demais candidatos. Luiza Erundina o chamou de "lobista" e "analfabeto político". Major Olímpio acusou o governo Alckmin de distribuir "cargos e coisas menos republicanas" para ajudá-lo. Haddad definiu o tucano com um bajulador de empresários.

    Apesar do esforço para soar mais incisivo, o prefeito voltou a amargar uma situação constrangedora. Por não vê-lo como ameaça direta, Doria, Marta e Russomanno o deixaram de lado na escolha das perguntas. Restou a Haddad tabelar com Erundina e discutir com o major, que faz apenas figuração na disputa.

    bernardo mello franco

    Jornalista, assina a coluna Brasília. Na Folha, foi correspondente em Londres e editor interino do 'Painel'.

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