RIO DE JANEIRO - Não foi uma partida brilhante. Só não foi pior que o show de abertura.
Com 60 anos escrevendo crônicas, orgulho-me de ter escrito a palavra "pífio" em raras ocasiões. Mancho o meu medíocre estilo dizendo que o show foi pífio. Na China, a plateia inteira abanou o espetáculo com as alegorias de Mao, e não com alegorias de mão. Foi uma homenagem ao ditador local.
Dentro do campo, louve-se a atuação de Oscar e de Neymar Jr., talvez também de Júlio César. Agora, o que rendeu de fofoca foi o pênalti em Fred, dado pelo juiz, mas negado pelo resto da humanidade.
No jornal "O Globo" tem uma foto do lance, em que o atacante ameaça uma "bicicleta". Está cercado por quatro adversários, no início do que seria uma "bicicleta". Um jogador croata segura Fred pelo ombro, e está com o pé levantado, pronto para dar chute violento na perna do jogador brasileiro.
Na mesma foto, há três jogadores croatas na boca de espera. Se Fred conseguisse finalizar a jogada, seria facilmente desarmado pelos três adversários.
O técnico da Croácia advertira a sua zaga para não deixar o atacante brasileiro deitar no chão.
No jogo contra a Espanha pela Copa das Confederações no ano passado, Fred fizera um gol deitado dentro das quatro linhas.
Contra a Sérvia, o gol único do 1 a 0, que deu a sofrida vitória ao Brasil, o atacante do Fluminense estava também deitado e com vários adversários em volta.
Aliás, é bom lembrar que a "bicicleta" chegou a ser proibida, sob alegação de que se tratava de uma jogada perigosa, sendo punida com um tiro indireto.
Certo ou errado, a tradição garante que seu inventor foi o brasileiro Leônidas da Silva, o "Diamante Negro" durante a Copa do Mundo de 1938, na França.
É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.