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    Carlos Heitor Cony

    O futebol é assim

    24/06/2014 02h00

    RIO DE JANEIRO - Antes de cada Copa, os entendidos em futebol citam as seleções que deverão ganhar o título de campeão: Brasil, Alemanha, Itália, Inglaterra, Espanha, Argentina –não necessariamente nessa ordem. Nesta Copa das Copas, segundo dona Dilma, parece que as coisas estão mudando.

    Seleções africanas, asiáticas, o baixo clero dos países englobados no terceiro mundo, pouco ou nada atrapalhavam o "andar de cima" (como diz Elio Gaspari). Mas o futebol tem regras fixas que são obedecidas em todos os continentes. O mesmo número de jogadores, as mesmas medidas de campo e balizas, enfim, as mesmas normas que valem para todos (pênalti, impedimentos, escanteios, faltas, tiros de meta etc).

    Nada de admirar que a Costa Rica e outros países da África ou da Ásia mandem para casa ou dificultem a vida dos potentados das quatro linhas. Normalmente, o Brasil, pentacampeão e dono do campo, nada teria a temer dos Camarões, mas nunca se sabe –escrevo antes do jogo desta segunda-feira (23).

    Dito isso, direi mais. Se a sociedade humana, se todos os países e povos tivessem as mesmas regras na economia, na ciência, nas artes, no poder militar, na distribuição de renda, tecnologia e educação, certamente as coisas seriam diferentes.

    Imaginemos uma final entre a Bósnia e Gana. Fatalmente a Fifa entraria em falência e mandaria o sr. Blatter cantar em outra freguesia.

    Essa hipótese pode parecer fantasmagórica, mas a globalização, que continua predominando em todos os setores, parece que teve no futebol internacional o modelo das relações do mundo moderno.

    Um zagueiro da Costa do Marfim desarma, num drible bonito, os melhores do mundo, como Messi e Cristiano Ronaldo. Uma seleção nada brilhante, como a de Portugal, empata no último minuto com os EUA.

    C'est la vie.

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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