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    Carlos Heitor Cony

    Evoé

    15/02/2015 02h00

    RIO DE JANEIRO - Antes que o Carnaval relaxe nossas preocupações particulares e coletivas, acredito que devemos meditar sobre as vicissitudes da pátria, que são muitas e cruéis. Deus é testemunha de que não creio na eficácia dessa meditação, pois tudo continuará como antes, não tendo este escriba qualquer poder (ou vontade) de alterar as coisas.

    Evidente que, se possuísse um mágico pó ou um verbo igualmente mágico, eu sairia por aí fazendo justiça aos povos, distribuindo terra e pão aos deserdados e famintos.

    Promessa é o pão cotidiano dos candidatos a qualquer coisa ou ofício. Meditação é um vício de ermitão, cujo modelo é aquele anacoreta que Nietzsche encontrou na montanha. Que passava o dia rezando, chorando e murmurando.

    Felizmente, não é o meu caso, não proponho qualquer promessa ou palpite sobre nossos problemas nacionais.

    Sabendo, de antemão, que o chamado "tríduo momesco", que era o lugar comum dos jornais e revistas de tempos mais amenos, quando os prefeitos entregavam as chaves da cidade a um bufão classificado como o "rei da folia".

    Tampouco, o proponente, que é o cronista, considera-se apropriado para qualquer tipo de promessa ou meditação. Além do mais, acabaram com o tríduo, hoje são quatro dias e não raramente o ano todo.

    Temos dramáticos e hereditários problemas para resolver nas áreas econômica, social e política. Mas nenhum deles me preocupa, ao menos no momento.

    É que sofro problema maior, prioritário, que considero o mais grave de todos, pois somente com a sua solução poderei combater os demais problemas.

    Este meu problema é simples e não prejudica nem dona Dilma nem a base aliada: é impedir que o Fluminense venda o Fred para a China.

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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