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    Carlos Heitor Cony

    Lula e Ronaldinho Gaúcho

    04/10/2015 02h00

    RIO DE JANEIRO - São dois assuntos diferentes, que parecem conflitantes, mas no fundo se entrelaçam, formando um só problema. Tanto a reforma ministerial, prometida e em andamento, como a escalação da próxima seleção nacional, que depois dos 7 a 1, ameaça ser um revival do Titanic, saído dos destroços no fundo do mar para tentar novamente flutuar e chegar a algum lugar. No Brasil há duas coisas importantes: a Presidência da República e a seleção de futebol. O resto é segundo escalão.

    O ministério está sendo catimbado pelos interessados, sabe-se que as coordenadas são múltiplas e famintas. Através dessa troca de ministros que matará a fome dos congressistas, que estão com a faca e o queijo na mão para decidir o impedimento de dona Dilma, pode-se até saber o nome do próximo presidente da República.

    À medida que o governo absorver figuras comprometidas com a corrupção e a incompetência, é inevitável que apareçam cassandras profissionais ou amadoras como o cronista que vos escreve. Faz parte da profissão que exerço há anos: não exatamente prever o futuro, mas se preocupar com ele. Ao contrário do historiador, que se refocila no passado, o jornalista terá de se contentar ou com a obviedade do presente, ou com o enigma do futuro.

    Por lembrar o Titanic, lembro também duas hipóteses que poderão repetir a tragédia do navio que não podia afundar mas afundou. O principal nome para a substituição de dona Dilma é o próprio inventor da mesma, o já castigado e sedento Lula. Que teve seus méritos, teve.

    E Ronaldinho Gaúcho, que também teve seus méritos mas, na tentativa de ressuscitar sua carreira, veio para o Fluminense e só fez uma coisa em campo: bater laterais, às vezes sem nenhuma eficiência. Lula ameaça ser um Ronaldinho Gaúcho que talvez nem saiba mais bater laterais.

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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