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    Carlos Heitor Cony

    Allan Richard Way

    03/01/2016 02h00

    RIO DE JANEIRO - Arthur Xexéo, meu parceiro num programa da CBN, faz uma espécie de retrospectiva sobre o passado, bolou a "Mala do Ano", em que destaca as principais gafes, besteiras e chatices de personagens que em 2015 encheram o saco do respeitável público, tornando-se eméritas malas sem alça que fomos obrigados a carregar.

    Todos os meios de comunicação, jornais, revistas, rádio e tevê também fazem retrospectivas do ano que acabou (sem o humor do Xexéo) e poucos, pouquíssimos, desprezam as retrospectivas e se atrevem a fazer perspectivas para os doze meses que adentram o gramado.

    Um deles, um indiano que é cego de nascença, chamado Allan Richard Way, que mora num subúrbio de Londres, numa casa em estilo Tudor, além de ser o único vidente cego da história humana, só dá entrevista uma vez por ano, ao repórter Robert Macpherson. É famoso porque sempre acerta em suas previsões.

    Nesse ano que acabou, ele previu naufrágios, terremotos, erupção devastadora de vulcões, quedas de aviões, atentados terroristas e até mesmo o rebaixamento do Vasco e a demissão do ministro da Fazenda do Brasil.
    Considerando-me inofensivo, sem repercussão internacional, Macpherson me passa algumas informações sobre suas previsões, privilégio que só concede a mim e ao repórter armênio, Kara Karadagian.

    Vamos ao que interessa. O papa Francisco levará um tombo, um nódulo de sangue no cérebro começará um processo de Alzheimer e o papa anterior, Bento 16, renunciará a sua renúncia e voltará ao trono de São Pedro. O Estado Islâmico fará um atentado por ocasião das Olimpíadas no Rio, derrubando a estátua do Cristo Redentor e matará 112 pessoas durante o carnaval que se aproxima. Roberto Carlos ganhará o Nobel da Paz e um cronista brasileiro será demitido pelas infâmias que escreve.

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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