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    Carlos Heitor Cony

    Abre-te Sésamo

    06/03/2016 02h00

    RIO DE JANEIRO - Não chegam a 4, mas talvez sejam 40. Fica faltando um Ali Babá que saiba a fórmula mágica que abrirá a caverna cheia de ouro e pedras preciosas, acrescida de um tríplex em Guarujá e um sítio em Atibaia. Em tempo de delações premiadas (premiadas por quê?) e depois da delação de Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado e uma vestal do PT, faltam duas delações que podem acontecer em breve.

    Lula acusará Dilma e Dilma acusará Lula. Parece que ninguém do atual governo escapará da lei que é dura, mas é lei. Do jeito que as coisas estão sendo reveladas, dificilmente evitaremos um tsunami que varrerá toda a cúpula que vem dirigindo o país na base de duas reeleições que premiaram o PT com propinas e dólares em espécie.

    Nunca houve no Brasil tamanho escândalo que ainda não foi totalmente apurado. É preciso separar as medidas que beneficiaram a classe média e promoveram alguns (poucos) benefícios à nação. Contudo, o que houve e continua havendo de crimes continuados, com dois ou mais "serial killers", coloca o Brasil como uma caverna cheia de propinas e chantagens por parte dos interessados em depenar o país.

    No caso de Ali Babá, bastou usar a palavra mágica (Sésamo) e todo o roubo foi revelado. Por mais que seja estranho ou impossível, a velha história das "Mil e Uma Noites" parece que está em fase de reprise. Apenas não tivemos ainda uma Sherazade que distraia o Sultão, mas devido à imprensa, todos os dias ficamos na dolorosa espera que a caverna do PT, de Lula e Dilma seja aberta por um Ali Babá "ad hoc".

    Verdade que a mídia vem tentando descobrir a senha que revelará os tesouros roubados do país. A Polícia Federal está fazendo o que pode. Mas acima dela há tribunais que tentam anular a abertura da caverna. Resta saber até quando e quanto.

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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