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    Carlos Heitor Cony

    Democracia é a melhor forma de governo?

    13/11/2016 02h00

    Timothy A. CLARY/AFP
    Republican presidential candidate Donald Trump, flanked by wife Melania, gives the thumbs-up as he arrives with members of his family for an election night party at the New York Hilton Midtown in New York on November 9, 2016. Trump won the US presidency. / AFP PHOTO / Timothy A. CLARY
    O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua mulher, Melania Trump

    RIO DE JANEIRO - Após a vitória, em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump referiu-se várias vezes ao colosso norte-americano que ele pretende recuperar e, se possível, aumentar.

    Podemos lembrar como se formou esse colosso ao longo do tempo. Não havia ONGs, Greenpeace e ONU para reclamar. As chamadas 13 colônias originais eram uma estreita faixa de terra que ia do Maine à Georgia, na costa atlântica. Aí surgiram os tratados, as anexações e as cessões.

    A Flórida foi comprada em 1819. Uma enorme porção foi adquirida e reconhecida em 1783: os atuais Estados do Alabama, Mississipi, Illinois, Ohio e outros. Os estados centrais (Arkansas, Oklahoma, Kansas, Iowa e as duas Dakotas) foram comprados em 1803. A faixa voltada para o Pacífico foi cedida pelo México em 1848. E a parte sul, segundo os mapas históricos, foi simplesmente anexada em 1845.

    As 13 colônias originais formaram o colosso lembrado agora por Donald Trump. Antes era habitado por peles vermelhas, touros sentados e filhos do trovão que atiravam flechas contra os pioneiros e a mala postal defendida por John Wayne sob a direção de John Ford.

    Todo esse território comprado, adquirido ou anexado produziu a grande nação que hoje tem praticamente o domínio econômico e militar do mundo inteiro. E foi a ele que o presidente eleito se referiu orgulhosamente como a sua meta protecionista que recuperará os velhos tempos, hoje bagunçados por hispânicos, latinos, traficantes e até mesmo pelos bandidos do Estado Islâmico.

    Em todo o caso, os Estados Unidos deram ao mundo um momento que valoriza a democracia. Fica aberta a pergunta: a democracia é mesmo a melhor forma de governo, excluindo-se todas as demais?

    carlos heitor cony

    Escreveu até dezembro de 2017
    carlos heitor cony

    É membro da ABL. Começou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. É autor de 17 romances e diversas adaptações de clássicos.

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