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    Caro Dinheiro

    Dando um gelo

    15/01/2014 03h00

    Reportagem da Folha publicada no domingo e intitulada "'Indústria do Verão' fatura até 71% a mais" demonstra o quanto o calor bravo sempre dá uma injeção de ânimo a alguns setores e invoca novos empreendimentos voltados para qualquer produto e serviço que ajude a amenizar os efeitos do sempre tão intenso verão brasileiro. Qualquer coisa que nos refresque tem sucesso garantido no mercado nesta época do ano.

    Mas, do ponto de vista do consumidor, é importante ficar alerta para os resultados dessa onda de boas vendas. É nessas horas que costumam aparecer os espertinhos. Sim, aqueles que inflam os preços sem qualquer cerimônia, se aproveitando da cabeça quente alheia, literalmente.

    Uma rádio de notícias de São Paulo recebeu um e-mail de uma ouvinte na semana passada relatando ter encontrado água de coco sendo vendida a R$ 25 no Rio de Janeiro, por exemplo.

    No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o produto é vendido por R$ 5, um quinto do valor cobrado pelos cariocas e que, ainda assim, gera insatisfação de muitos frequentadores quanto ao preço.

    E você, enquanto consumidor, se pergunta o que é possível ser feito para coibir este tipo de abuso? A resposta é simples: não compre!

    Sim. Entendemos o calor, a sede, o sofrimento de uma caminhada desgastante sob o sol, mas pagar muito mais caro por um produto ou serviço é um desrespeito com você, com o seu "suado" dinheiro e com todos os outros consumidores. Vendedor boicotado pelos clientes automaticamente é obrigado a repensar os valores cobrados e a reduzi-los. É assim que as coisas funcionam.

    Então, na praia, na cachoeira, nas ruas das grandes cidades, mesmo quando estiver com a boca seca e sentir a pele fritando, tenha pulso firme- ganhos fazem parte dos negócios, mas não corrobore com abusos.

    Quem vai viajar, principalmente por consumir produtos diferentes em lugares diferentes, deve ficar ainda mais atento e não embarcar nesta roubada. As cidades turísticas sempre são as meninas dos olhos para os oportunistas.

    Fique atento, converse com amigos, leia reportagens e posts em redes sociais para conhecer minimamente os preços praticados. Se desconfiar que o preço esteja alto, não compre. Se for possível, pesquise em dois ou três lugares pelo menos para ter noção comparativa melhor. Se detectar um cartel (combinação de preços), tente resistir à compra e denunciar a órgãos de defesa do consumidor. Se for o caso, também vale substituir um produto por outro.

    E quando o abuso nos preços é certo, se antecipe ao problema. Se a garrafinha de água está cara na rua do seu trabalho, traga uma térmica de casa. Se o sorvete de massa está um absurdo, deixe para ocasiões especiais e aposte nos picolés. Se a cerveja está cara no quiosque da praia, passe no supermercado e leve um isopor com gelo e latinhas mais baratas. Se o ar condicionado não está gelando, tente fazer uma boa manutenção e adiar a compra para o inverno, quando os preços tendem a cair.

    Enfim, dê um gelo nos aproveitadores!

    Texto em parceria com Adriana Matiuzo

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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