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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    08/04/2014 19h37

    PANORAMA MUNDO

    Os dados de emprego dos EUA que saíram na sexta-feira passada mexeram com vários índices de bolsa no mundo. Foram criadas 192 mil novas vagas em março, um pouco abaixo das 200 mil que eram esperadas.

    Esse número demonstra que a economia americana está crescendo moderadamente, a estatística divulgada abalou as bolsas e animou os investidores na Europa, já que a dificuldade na recuperação do mercado de trabalho americano adia o corte nos estímulos do Fed e o aumento da taxa de juros americana. Essa expectativa também mexeu nas negociações de papéis do tesouro, diminuindo fortemente os retornos do títulos longos.

    Entretanto, o avanço nas vendas de automóveis e na atividade do setor de serviços americanos (medida pelo índice gerente de compras, PMI) lançam um contraponto na situação do crescimento americano e vários analistas ainda se perguntam onde o país se encontra no ciclo econômico.

    Na Europa, os PMIs de serviços recuaram e ficaram abaixo das expectativas em grande parte dos países. O PMI conjunto da zona do Euro ficou em 52,2 em março, abaixo do resultado de 52,6 de fevereiro.

    Na China, a semana foi marcada por pelo pacote de medidas para aquecer a economia. As medidas incluem desde investimentos em ferrovias a corte de impostos, e demonstram o quão comprometidos com a meta de crescimento as autoridades chinesas estão. Esse comportamento ainda gera incertezas na capacidade chinesa de controlar a expansão do crédito sem ter grandes perdas no crescimento do PIB.

    Amanhã serão divulgadas a balança comercial chinesa e a ata do Comitê de Politica Monetária do Fed (FOMC). No decorrer da semana, teremos ainda o IPC da China, a decisão de taxa de juros na Inglaterra e o relatório mensal do Banco Central Europeu. Na próxima segunda, as vendas no varejo americano e a produção industrial da zona do Euro serão os principais focos dos mercados.

    PANORAMA BRASIL

    A semana que passou foi positiva para o Ibovespa. Desta vez, o otimismo também veio pelas expectativas nas eleições com a perda de força da reeleição de presidente Dilma em pesquisa feita pelo Datafolha. Ontem as ações de estatais e de bancos tiveram forte alta e ajudaram o índice a alcançar seu melhor fechamento desde novembro do ano passado.

    Seguindo os mesmos movimentos da bolsa, o dólar chegou ao seu menor nível desde outubro. Os dados de emprego americano da sexta-feira e o otimismo com o mercado brasileiro intensificaram a valorização do real que vem acontecendo desde a semana retrasada.

    O aumento da taxa Selic, feita pelo Copom, em 25bps para 11% também melhora o cenário para o real. Essa taxa de juros deixa o mercado de títulos brasileiro muito atrativo para o investidor externo.

    O rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela S&P e dados divulgados na última semana pelo BC contribuíram para o avanço da vulnerabilidade externa do país. Em 12 meses até fevereiro, o déficit de transações correntes aumentou de 2,8% para 3,69%, o maior desde 2001, contrariando as expectativas de analistas.

    Nos próximos dias, o dado mais relevante no mercado local é o IPC anual, a ser divulgado amanhã.

    Post em Parceria com Gerson Sordi, graduando em economia pela FGV-EESP e consultora da Consultoria Júnior em Economia (CJE) da FGV (http://cjefgv.webs.com/ ), em nome da área de pesquisa da empresa.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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