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    Caro Dinheiro

    Investimentos sociais no Brasil não acompanham alta carga tributária

    13/06/2014 12h57

    Os brasileiros são os latino-americanos que mais pagam tributos e têm o pior retorno em benefícios sociais. Ao analisar o atual cenário do Brasil, nota-se que a quantidade de impostos revertida em investimentos sociais é baixa.

    No país, a incidência dos tributos sob o PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassa 35,13% e o Índice de Retorno de Bem-estar à Sociedade (Irbes) –indicador responsável por avaliar a aplicação dos impostos em benfeitorias sociais– é de 135.4. Nos Estados Unidos, a carga tributária e o Irbes são de 24,8% e 165,78, respectivamente.

    Apesar de o Brasil ter uma quantia de impostos semelhante ao G7 (grupo formado por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) e, portanto, contar com recursos financeiros suficientes para oferecer à população uma infraestrutura de qualidade, isso não ocorre devido à falta de comprometimento do Estado brasileiro.

    Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), o cidadão trabalha cinco meses para pagar os impostos no Brasil, enquanto em outros países, como México, Chile, Argentina e Estados Unidos, o tempo é de 91, 92, 97 e 102 dias, respectivamente.

    Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Receita Federal do Brasil

    A diferença entre o período de tempo necessário para pagar os tributos aqui e no restante dos países é notória. E isso se deve às abusivas taxas brasileiras. Ainda vale ressaltar que, mesmo com uma carga tributária mais elevada, o retorno aos contribuintes na forma de benefícios sociais no Brasil é inferior ao dos países citados acima.

    Se no Brasil os serviços públicos fossem de alto nível como as tarifas cobradas, os brasileiros não se sentiriam tão explorados com os encargos tributários. O problema é que, além de contribuírem com os impostos, os brasileiros desembolsam ainda mais com serviços privados, como saúde e educação.

    A decadência do Brasil no Índice de Competitividade Mundial não condiz com a sua realidade, que é a de um país que possui recursos financeiros suficientes provenientes da arrecadação de impostos. Em 2010, o país ocupou o 38º lugar entre os 60 países mais competitivos; em 2011, ficou na 44ª colocação; no ano seguinte, caiu para a 46ª e, em 2013, desceu até a 51ª.

    Post em parceria com Mariana Bertipaglia Santana que é graduanda em administração na EAESP/FGV.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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