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    Caro Dinheiro

    Geração atual desconhece reais efeitos da inflação

    02/07/2014 03h00

    O Plano Real completou 20 anos na última terça-feira. E, apesar de a moeda ter ganhado uma nova roupagem e diferentes tamanhos há poucos meses, poucos jovens sabem o que ela realmente representa para a economia brasileira e como a inflação afetou o dia a dia dos brasileiros.

    Correr ao supermercado para comprar produtos por um preço mais baixo, manter vários carros na garagem para lucrar com a posterior venda deles e ter uma despensa em casa para guardar reserva de comida. Todos esses fatores não fazem o menor sentido para a nova geração consumista que mal sabe administrar a própria mesada e o próprio salário.

    Segundo o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), entre a noite de 30 de junho e a manhã de 1° de julho, a alta de preços chegou a 68,29%. Um exemplar da Folha, por exemplo, custava CR$ 1.530 (cruzeiros reais) em uma banca de São Paulo no dia 29 de junho de 1994 - quase o dobro do que era cobrado dois meses antes.

    A inflação ganhou corpo após o fracasso do Plano Cruzado, no final de 1986, e durante o governo Itamar Franco, a partir de 1992. A alta de preços só foi amenizada após a chegada do Plano Real, há exatos 20 anos, durante o governo do próprio Itamar, mas sob a gestão econômica do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.

    Hoje, na gestão econômica de Guido Mantega, no governo Dilma Rousseff, a inflação voltou a subir, mas em patamares bem inferiores aos registrados há 20 anos. Enquanto a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a 2.477,15% em 1993, em 2013, o índice fechou em 5,91%.

    Os consumidores de hoje vão ao supermercado pelo menos uma vez por semana. As cozinhas de casas modernas mal contemplam espaço para os alimentos. E o uso do salário pode ser planejado com facilidade. A realidade é bastante diferente e, certamente, mais fácil.

    Ainda assim, os brasileiros - principalmente os mais jovens – se endividam, extrapolam o limite do cartão de crédito e trabalham duras horas extras para pagar as contas. Pois bem: os 20 anos do Plano Real estão aí para mostrar que nunca é tarde para aprender a valorizar a estabilidade econômica - ou a proximidade dela.

    Post em parceria com Patrícia Basílio

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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