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    Caro Dinheiro

    Feriados da Copa impactam produção industrial no 2° trimestre

    03/07/2014 13h34

    Enquanto os brasileiros comemoram a classificação da seleção para a próxima fase da Copa, o mercado sente o peso da desaceleração econômica. Os indicadores financeiros divulgados nos últimos dias mostram que os feriados do Mundial, somados à queda da produção industrial desde abril, tiveram um forte impacto para a indústria brasileira.

    Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (2), a produção industrial recuou 0,6% em maio na comparação com abril, e 3,2% em relação a maio do ano passado. Essa é a terceira queda seguida em ambas as comparações. O indicador também é o mais baixo do ano. E junho deve seguir a mesma trajetória.

    O setor automobilístico foi o principal afetado. As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 7,56% no primeiro semestre deste ano, ante o mesmo período de 2013. Foram 1.662.903 unidades emplacadas no período, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

    Não à toa, o Ministério da Fazenda decidiu manter a política de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos novos. Segundo o ministro Guido Mantega, as alíquotas permanecerão nos patamares atuais até dezembro deste ano.

    Fora os feriados tradicionais, que geram uma perda de mais de R$ 45 milhões à economia, o Rio de Janeiro ganhou três novos dias de descanso por conta da Copa, enquanto Fortaleza foi contemplada com dois dias sem trabalho e São Paulo, um. A quantidade de dias improdutivos agrada - e muito - aos trabalhadores, mas é devastadora para o mercado.

    O que vemos hoje são as montadoras dando férias coletivas aos funcionários, estimulando a demissão voluntária (PDV) e cortando custos com fornecedores. Enquanto os brasileiros vibram a cada gol da seleção no Mundial e o comércio fatura com a venda de petiscos, bebidas e, claro, as barulhentas vuvuzelas, a indústria luta para se manter em pé e torce para dias melhores chegarem, pelo menos, após a vitória do Brasil

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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