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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    08/07/2014 10h51

    PANORAMA MUNDO

    A semana foi positiva para Wall Street. Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em pontuação recorde pela 14ª vez e 25ª vez, respectivamente, neste ano. O Dow Jones subiu 0,55%, a Nasdaq ganhou 0,63% e o S&P 500 teve alta de 0,53%.

    O motivo para esse recorde foi a divulgação de dados mais fortes do mercado de trabalho americano. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia do país gerou 288 mil postos de trabalho em junho, número acima da expectativa do mercado de 215 mil postos.

    Esses números indicam uma aceleração da economia e elevam a pressão para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) antecipe a alta nas taxas de juros depois de mais de sete anos de afrouxo monetário. Em um discurso, a presidente do Fed, Janet Yellen, foi na contramão dessa hipótese e sinalizou que o banco não deve elevar os juros para conter o preço dos ativos e que espera que os juros sigam perto de zero por um "tempo considerável".

    Outro índice que também superou as expectativas foi a taxa de desemprego, que caiu para 6,1% no último mês, a menor desde setembro de 2008.

    A balança comercial dos EUA registrou uma queda de 5,6% no deficit. O saldo negativo foi menor do que o previsto devido a um recorde das vendas ao exterior, graças a um aquecimento na economia mundial.

    De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), os investimentos continuam fracos e ainda há riscos para a economia americana, apesar dos recentes sinais de aceleração.

    Na Europa, apesar de o índice de preços ao produtor ter registrado uma queda de 0,1%, o FMI ressalta que é preciso cautela também nos planos de investimentos públicos dos governos da região que buscam estimular suas economias depois da crise das dívidas soberanas.

    Os indicadores da semana para a região não trouxeram grandes novidades. O PMI de serviços recuou para 52,8 pontos em junho, como previsto pelos analistas. As vendas no varejo na região ficaram estáveis em maio, quando a previsão era de alta de 0,2%. Sendo assim, as Bolsas da Europa seguiram o cenário externo e fecharam em alta nesta última semana devido aos dados positivos de emprego nos EUA.

    Na Ásia, China e Japão foram destaques nesta semana. O crescimento econômico chinês melhorou no segundo trimestre devido às políticas expansionistas do governo. O primeiro-ministro da China afirmou que as expectativas de crescimento continuam em 7,5% para 2014.

    Com relação ao setor de serviços, o PMI recuou de 55,5 em maio para 55 em junho, indicando expansão mais lenta. Já a atividade industrial mostrou recuperação ao subir de 50,8 para 51 pontos em junho, maior número em seis meses. Para os próximos dias serão divulgadas as atas da reunião do Fomc (Comitê de Política Monetária dos EUA) e a balança comercial da China.

    PANORAMA BRASIL

    A Bovespa encerrou a semana que passou com o seu menor volume financeiro desde 2011. Isso ocorreu devido ao feriado nos EUA e ao jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo. O Ibovespa fechou em alta de 0,34%, a 54.055 pontos. Assim, a Bolsa brasileira acumulou alta de 1,69% na semana e de 4,95% no ano.

    O dólar encerrou em alta, a R$ 2,2135, influenciado por dados mais fortes no mercado de trabalho dos EUA, uma das variáveis mais importantes na precificação de todos os ativos ultimamente. Na semana, a moeda subiu 0,87%, acumulando alta de 0,16% no mês.

    No âmbito de indicadores econômicos, as notícias não são positivas. A produção industrial brasileira caiu 0,6% em maio na comparação com o mês anterior. Esta foi a terceira queda consecutiva da atividade do setor e também a maior do ano. Além disso, o preço das commodities, principal produto de exportação do Brasil, caiu pelo terceiro mês seguido com um recuo de 1,51% no Índice de Commodities Brasil em junho.

    Nos próximos dias serão divulgados alguns índices de preço da economia, como IGP-M e IPC-Fipe.

    Texto em parceria com Isadora Tozi, graduanda da EESP-FGV e consultoria da Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV) em nome da área de pesquisa da empresa

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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