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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    15/07/2014 15h51

    PANORAMA MUNDO

    A semana que passou foi de perdas expressivas nos mercado americanos. S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,9%, 0,7% e 1,6%.

    O principal motivo foi a ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que indicou a intenção de encerrar o programa de compra de bônus em outubro. A queda na taxa de desemprego e a inflação mais estável gera especulações sobre o momento em que o banco central irá começar a elevar a taxa de juros.

    Na zona do euro, o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou em um relatório que reconhece como positivas as medidas tomadas pelo Banco Central Europeu no mês passado para controlar a baixa inflação e a fragmentação financeira.

    Porém, a recuperação ainda está muito modesta. A projeção de crescimento do Fundo para a zona do euro é de 1,1% neste ano, número que, apesar de baixo, é bem melhor do que a contração de 0,4% registrada no ano passado.

    Tanto a União Europeia quanto a zona do euro registraram queda de 1,1% entre os meses de abril e maio. Esse resultado implica uma inversão de rumo em ambas as regiões, já que em abril a indústria teve uma expansão de 0,7% nas duas áreas. De acordo com Mario Draghi, presidente do BCE, as taxas de juros e a inflação continuarão baixas por algum tempo.

    Na China, as exportações ficaram abaixo do previsto em junho. Esse desempenho abaixo das expectativas sugere que a demanda global não está acompanhando a tentativa chinesa de crescer 7,5% neste ano. Esperava-se que as exportações fossem de 10,4%, mas alcançaram 7,2%.

    A balança comercial teve um superavit de US$ 31,6 bilhões, enquanto as expectativas eram de US$ 36,9 bilhões. Apesar de dados decepcionantes, uma pesquisa do Pew Research Center afirma que é crescente a percepção de que a China vai superar os EUA como superpotência.

    Para os próximos dias é esperado o depoimento da presidente do Fed, Janet Yellen, bem como o relatório mensal do banco central japonês e o IPC anual da zona do euro.

    PANORAMA BRASIL

    O clima de espera de novos dados econômicos americanos fez com que grande parte dos investidores mudassem pouco suas posições, e o dólar comercial encerrou a semana com leve alta de 0,30%. A Bovespa subiu 1,35% na semana devido à especulação eleitoral brasileira e acumulou alta de 3,04% no mês. O movimento foi de forte alta no pregão de ontem, precificando o enfraquecimento político de Dilma Rousseff após o final da Copa.

    Os fundamentos do crescimento econômico continuam fracos. Foi registrada uma queda no emprego industrial brasileiro, com recuo de 0,7% em maio na comparação com o mês anterior. Em relação a maio do ano passado, a queda foi de 2,6%, o pior resultado desde novembro de 2009. O fraco desempenho do setor industrial e a deterioração da confiança dos empresários desde janeiro levou economistas a revisarem a expectativa de queda na taxa de investimento para 5% este ano.

    Os índices de preços passaram a responder à alta de juros e o IPC-Fipe acelerou apenas 0,10% na primeira medição de julho. Já IGP-M e IPA caíram 0,50% e 0,87% no período.

    Para os próximos dias são aguardados os índices IPC, IGP e IBC-Br. Além disso, também será divulgado o Fluxo Cambial.

    Texto em parceria com Isadora Tozi, graduanda em Economia pela EESP-FGV e consultoria da Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV), em nome da área de pesquisa da empresa.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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