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    Caro Dinheiro

    Copom aposta em transparência para se reaproximar dos empresários

    06/08/2014 02h00

    A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada na semana passada marcou uma nova postura do governo no contato com empresários. Em uma prática nada convencional, o comitê assumiu que mantém a Selic no patamar atual, de 11% ao ano, para assegurar a convergência da inflação para o centro da meta.

    A mensagem trouxe surpresa ao mercado devido à clareza da informação, uma vez que as atas costumam ter uma linguagem menos explícita. Ao que tudo indica, o governo percebeu que, quanto mais transparente for, mais vai atrair investimento dos empresários.

    Pois bem, se o papel da ata é ser um canal de informações econômicas entre o governo e o mercado financeiro, por que não ser mais claro sobre a iminente crise inflacionária brasileira? O governo já teve muito problema de credibilidade e um dos entraves é que os investidores não acreditavam mais nos planos econômicos colocados em prática no país.

    O certo é que ignorar a inflação não vai fazer com que os empresários resgatem a confiança no país. Diante de uma crise inflacionária varrida "para baixo do tapete", o setor empresarial deixa de colocar dinheiro no Brasil devido ao alto risco do investimento.

    Além disso, se de um lado a taxa Selic ajuda a conter a inflação, de outro o país deixa de crescer. E é exatamente isso que está acontecendo: taxa de juros alta e baixo crescimento econômico. O último boletim Focus do Banco Central, inclusive, reduziu a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 0,97% para 0,9%.

    O cenário econômico do País não é nada otimista. E para solucionar este quebra-cabeça, o governo precisa resgatar a confiança dos empresários e receber investimentos. A franqueza da última Ata do Copom mostra que estamos no caminho. Mas ainda há muito que ser feito.

    Post em parceria com Patrícia Basílio

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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