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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    26/08/2014 19h33

    PANORAMA MUNDO

    Durante a semana, a Bolsa americana foi novamente influenciada pelo discurso da presidente do Federal Reserve (autoridade monetária americana) e pela intensificação dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. O índice S&P 500 atingiu o nível recorde de 2.000 pontos após o presidente do Banco Central Europeu dar indícios de que pode adotar medidas para estimular a economia da zona do euro.

    Indicadores sobre os EUA ampliaram o otimismo e aumentaram a confiança na recuperação da economia do país. A atividade industrial americana registrou o maior nível desde abril de 2010. Um fator de grande influência para esse indicador foi o avanço do emprego, no qual a contratação de pessoas foi a maior em quase um ano e meio.

    Outro índice positivo foi o de indicadores antecedentes, que subiu 0,9% em julho. Além disso, os novos pedidos de seguro-desemprego caíram na semana encerrada em 16 de agosto em relação à semana anterior. A partir de todos esses dados, a maioria dos analistas acredita que a tendência é de um crescimento mais sólido da economia americana nos próximos meses.

    Essa opinião também é compartilhada por alguns membros do Fed, que divulgaram na ata do Fomc (Comitê de Política Monetária) suas expectativas de fortalecimento do mercado de trabalho e da economia, deixando claro que alguns participantes do Comitê desejam promover uma elevação rápida da taxa básica de juros.

    Na zona do euro, a atividade da indústria e do setor de serviços perdeu força em agosto. Apesar de a economia fazer alguns progressos, a desaceleração desse índice indica que a região continua no caminho de registrar 0,3% a 0,4% no terceiro trimestre, nível que não sugere estímulo ao mercado de trabalho.

    Assim, a partir desse cenário europeu de baixo crescimento, o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou que o banco pode adotar medidas adicionais para estimular a fraca recuperação na zona do euro e diminuir a taxa de desemprego. O que se espera é que seja realizado um programa de injeção de liquidez parecido com o que foi feito nos EUA, o quantitative easing. Contudo, muitos economistas se veem preocupados com a demora do BCA em agir, acreditando que as medidas devam ser tomadas antes que o problema se agrave.

    Na Ásia, a atividade industrial da China reduziu o crescimento em agosto e registrou o menor nível em três meses. Esse dado sugere que a recuperação da economia continua, mas que ainda não houve a consolidação da tendência de crescimento econômico. Assim, é preciso manter as políticas fiscal e monetária até que haja uma recuperação sustentada na atividade econômica.

    Para os próximos dias, serão divulgados o PIB trimestral dos EUA, o IPC anual da zona do euro e o PMI de manufatura da China.

    PANORAMA BRASIL

    Na semana, a Bolsa brasileira foi influenciada pelo agravamento das tensões na Ucrânia e pelo encontro anual de banqueiros centrais em Jackson Hole. O índice fechou a semana com ganho de 2,53%. Também em alta, o dólar encerrou a semana acumulando valorização de 0,77%.

    Os dados divulgados na última semana indicam uma piora da economia brasileira. A produção industrial caiu em julho, a geração de empregos no mesmo mês foi a pior desde 1999, a confiança da indústria caiu para o patamar atingido pelo país em momentos de recessão e a confiança do consumidor é a menor desde abril de 2009, indicando uma insatisfação da população com o estado geral da economia.

    Além disso, novamente o mercado reduziu as expectativas para o crescimento da economia neste ano. Já é a 13ª semana consecutiva em que a estimativa do PIB foi reduzida para 0,7% em 2014. A expectativa de inflação também mudou e espera-se uma alta de 6,27% para o IPCA deste ano.

    Nos próximos dias serão divulgados o índice de preços ao produtor, o IGP-M e o PIB.

    Texto em parceria com Isadora Tozi, graduanda em Economia pela EESP-FGV e consultora da Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV http://www.cjefgv.com/ ), em nome da área de pesquisa da empresa.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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