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    Caro Dinheiro

    Consumidor confuso

    25/10/2014 02h00

    Quando batemos na tecla da importância da educação financeira nas escolas, para muitos pode parecer um projeto utópico, envolvendo planejamento a longo prazo. Mas não deveria ser. Saber lidar com finanças pessoais é um conhecimento básico e fundamental para conseguir viver com qualidade quando somos bombardeados por novos produtos e serviços sendo criados e vendidos o tempo todo para necessidades que nem sabemos que temos.

    A educação financeira historicamente foi negligenciada pela escola e pela família no Brasil, mas, diante de um contexto moderno, de estímulo ao consumo e com tanto crédito disponível, não é mais possível que se ignore esse assunto. E mesmo para quem já saiu dos bancos escolares há muito tempo, a falta de conhecimentos básicos sobre finanças pessoais, sem dúvida, é um problema digno de atenção e urgência.

    O cenário recém-divulgado por uma pesquisa do Instituto Geoc aponta para um perfil de consumidor confuso, perdido e fácil de ser enganado no país. O Geoc representa 16 empresas do ramo de cobranças.

    A pesquisa feita com 110 mil consumidores mostrou, dentre outras coisas, que, nos últimos quatro anos, subiu de 12% para 35% o índice de pessoas que devem por empréstimos ou que estão no cheque especial. No caso do cartão de crédito também houve aumento. O número de pessoas em dívida com o cartão subiu de 42% para 65%.

    Dentre os entrevistados, 75% disseram estar com o nome negativado, que não podem fazer compras parceladas ou financiar uma casa, por exemplo. Ou seja, essas pessoas certamente terão que comprometer o 13º salário com essas dívidas (o que é o mais adequado a se fazer, realmente) e possivelmente terão um Natal mais sacrificado, isso num plano mais otimista em que o dinheiro extra seja suficiente para sanar as contas pendentes.

    Quem tem dívidas não consegue comprar, não consegue parcelar, nem financiar. Isso é um banho de água fria para o próprio comércio e para a indústria por tabela, além de outros setores. Ou seja, um problema e tanto para a economia doméstica de cada lar, mas também para os negócios no país.

    Post em parceria com Adriana Matiuzo

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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