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    Caro Dinheiro

    Tenho interesse em alugar ações. Todas podem ser alugadas?

    27/10/2014 02h00

    É possível, sim, alugar as ações que você possui: Petrobras (preferencial), Santander e Vale (PNA). As taxas variam entre as corretoras, mas algumas não oferecem o serviço. Por isso, se seu interesse é alugar, é aconselhável buscar instituição que faça a operação.

    Esse processo envolve duas partes: o proprietário, detentor das ações, chamado de doador; e o interessado em usar esses papéis sem ter que adquiri-los, chamado de tomador.

    No momento inicial, são negociados em conjunto a quantidade, o prazo -fixo ou variável- e a taxa de juros a ser adotada no empréstimo, a qual varia de 0,2% a 6% ao ano no mercado. Uma vez finalizada essa etapa, o doador cede suas ações ao tomador, que ao final do período estipulado terá que lhe devolver o montante de ações definido acrescido dos juros.

    Vamos considerar um doador que oferece dez ações no valor de R$ 1.000 por um ano com taxa de juros de 5%. O tomador que aceitar as condições fará o uso que desejar dessas dez ações e, ao final do prazo, deve retorná-las ao detentor, acrescido dos R$ 50 de juros.

    Se as ações estiverem valendo R$ 700 na data de vencimento, o tomador terá de devolver R$ 750, obtendo um ganho de R$ 250, pois tomou emprestado R$ 1.000 e terá de pagar valor inferior. Por outro lado, o doador terá prejuízo de R$ 250, menos do que se permanecesse com as ações sem alugá-las, pois, nesse caso, as perdas seriam de R$ 300.

    Na situação inversa, em que as ações sobem e chegam a R$ 1.200 no vencimento, o tomador teria de pagar R$ 1.250, perdendo R$ 250. O doador teria ganho maior do que se não tivesse emprestado, obtendo R$ 250, em vez de R$ 200 sem juros.

    O doador opera aguardando alta e considera o aluguel uma forma de melhorar rendimentos sem deixar ações paradas na carteira. Os riscos da operação são reduzidos, pois ela é garantida pela Bolsa e regulada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.

    O tomador, por sua vez, acredita na queda, vendendo as ações a preço de mercado no momento do empréstimo e recomprando-as na devolução. Por isso, a demanda por locação tende a crescer quando o desempenho da Bolsa é negativo.

    Para ambos, o risco está nas oscilações de preço. É importante estar atento às taxas de juros para identificar se a cotação futura será realmente interessante diante do valor atual acrescido dessa correção.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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