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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    18/11/2014 12h20

    PANORAMA MUNDO

    Na última semana o panorama econômico internacional mostrou certa estabilidade, os índices índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 tiveram baixa volatilidade e leves altas de 0,10%, 0,18% e 0,02%, respectivamente.

    O setor de vendas no varejo expressou melhora além do esperado, subindo 0,3% em outubro na comparação com setembro, 0,2% acima das expectativas de crescimento. No entanto, excluindo as vendas de gás no período, a alta seria da 0,5%, o dado foi impulsionado pela vendas de automóveis, que subiram 0,5% em relação a setembro.

    Contudo, seguindo em direção oposta à alta do varejo, a produção industrial sofreu uma queda de 0,1% no mês e foi acompanhada por uma diminuição de 0,3 ponto percentual da utilização da capacidade instalada.

    Houve um aumento no número de pedidos de auxílio-desemprego na última semana, mas ainda assim permanecendo abaixo da marca dos 300 mil esperados.

    Na Europa, as Bolsas fecharam a semana em leve alta, impulsionadas pelo avanço de 0,2% do PIB da zona do Euro no terceiro trimestre, resultado que superou as projeções existentes que eram de 0,1%.

    Do outro lado do mundo, dados revelados mostraram o Japão em recessão, com queda de 1,6% do PIB de julho a setembro em virtude do aumento de impostos sobre o consumo, fato que pode fazer o governo japonês adiar o segundo aumento previsto. Nesse sentido, pode-se esperar maiores estímulos do banco central japonês para tentar para driblar a situação.

    Na China, os dados não foram tão positivos, o movimento de desaceleração continuou em outubro, a produção industrial, os investimentos e as vendas no varejo ficaram abaixo média esperada. Com isso, o governo chinês já cogita reduzir a meta de crescimento do PIB, que hoje corresponde a 7,5%, e também considera a adoção de maiores afrouxamentos monetários para estimular o crescimento.

    Serão divulgados nos próximos dias a ata de reunião do Fomc (comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos) e o IPC anual e mensal americano, o PMI industrial e de serviços da União Europeia, o PMI de fabricação na Alemanha e o índice HSBC PMI de manufatura da China.

    PANORAMA BRASIL

    A semana que passou foi marcada por um desempenho ruim do Ibovespa, que fechou em queda de 2,73%. Os resultados são consequência da desconfiança dos investidores em relação a gestão de Dilma Rousseff e dos tristes episódios de corrupção ligados a Petrobras, além do adiamento da divulgação do balanço da empresa.

    Apesar de ter adotado algumas medidas de viés mais ortodoxo, como o reajuste dos combustíveis e da energia aliado a cortes de gastos governamentais, o governo ainda não anunciou um nome para o Ministério da Fazenda. De forma geral, investidores estão preocupados com o combate à inflação, que acumula 6,59% nos últimos doze meses se considerada a alta de 0,42% do IPCA.

    Outro episódio que marcou a semana e agravou a confiança no combate da inflação foi a proposta do governo brasileiro de alterar das metas do superavit primário com a exclusão de certos gastos do cálculo final.

    Com esse cenário negativo e incerto, o real continuou seu processo de desvalorização frente ao dólar e fechou a semana em R$ 2,61, registrando maior taxa nos últimos dez anos. Essa semana o dólar deve sofrer influências externas, como os dados referentes à recessão japonesa e a agenda americana de divulgação de índices.

    O IBGE divulgou um dado desanimador na indústria na semana passada: o emprego apresentou a sexta taxa negativa consecutiva, uma queda de 0,7% de agosto para setembro, acumulando perda de 3,5% no período.

    Para fechar as notícias ruins, o Brasil perdeu duas posições no ranking do Índice de Competitividade das Nações, para 39º entre os 43 países avaliados.

    Tivemos uma notícia boa, o Banco Central divulgou um aumento de 0,40% do IBC-Br, este índice indica um potencial avanço do PIB do país. Se esse potencial se concretizar, o Brasil deixa seu status de recessão técnica e pode atingir um crescimento de 0,59% do Produto Interno Bruto.

    Tais estimativas, no entanto, só serão confirmadas quando os dados do IBGE forem anunciados, no dia 28 de novembro.

    Nos próximos dias será divulgado o IPC mensal e anual referente ao mês de novembro (contando, agora, com maior influência do reajuste dos combustíveis e da energia), além da taxa de desemprego no país em relação ao mês de outubro.

    Texto em parceria com André Perez Bolini, graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas, em Direito pela Universidade de São Paulo e consultor pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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