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    Caro Dinheiro

    Bônus de fim de ano: você prefere um carro ou dinheiro?

    18/12/2014 02h00

    Fim de ano é época de bônus em muitas empresas. É a hora de premiar os funcionários que tiveram resultados acima da média e alinhar as compensações e expectativas deles. No entanto, muitas empresas preferem dar gratificações a seus melhores quadros com prêmios não-monetários, como viagens, itens tecnológicos ou de luxo e até carros.

    Qual será o sentido desses prêmios? Não seria mais simples dar o valor deles em dinheiro ao funcionário? Afinal, o destino da viagem pode não ser o da sua escolha, ou então o presente não ser o da sua preferência. Ao receber em dinheiro, o funcionário poderia optar por gastar no que lhe conviesse, ou até poupar para o futuro.

    As empresas sabem disso e ainda assim se dão ao trabalho de manter esse sistema de bonificação. A lógica aqui é diferente: ao dar presentes no lugar de dinheiro, a relação entre a empresa e o funcionário sai do terreno das regras de mercado (você trabalha e eu pago) para funcionar dentro das regras sociais.

    Presentes são símbolos e ajudam a construir relacionamentos. Eles nos ajudam a fazer amizades e manter relações de longo prazo. Se o foco da empresa é atuar na retenção, nada melhor do que um belo presente para os seus funcionários.

    Veja o exemplo das viagens. Se você perguntar a alguém se ele prefere ganhar um bônus de R$ 1.000 ou uma viagem desse mesmo valor, o mais provável é que ele opte pelo dinheiro - assim ele pode gastar como bem quiser, inclusive com a viagem. No entanto, ao ganhar a viagem ele vai voltar relaxado e animado para o trabalho, motivado para dar o seu melhor e ainda tendo em mente que foi a empresa que proporcionou tudo isso.

    Agora pense nas empresas de tecnologia americanas, como Apple e Facebook, que começaram a oferecer, recentemente, benefícios a suas funcionárias como financiamento para elas congelarem seus óvulos. Questões éticas à parte, ao conceder esse tipo de benefício as empresas afirmam a suas colaboradoras que é possível, sim, focar na carreira sem ter de perder a maternidade e que seu trabalho é valioso.

    Para mulheres que estiverem dispostas a adiar a maternidade, um benefício como esse pode ser uma boa forma de conquistar funcionárias dedicadas.

    Para completar, o valor percebido por esses benefícios pode ser maior do que o seu preço. Ou seja, além de engajar e motivar seus funcionários, as empresas ainda gastam menos com presentes e benefícios do que com os tais bônus de fim de ano, já que negociam no atacado.

    Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista e fundadora do site Finanças Femininas

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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