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    Caro Dinheiro

    O celular pode estar relacionado ao desequilíbrio na vida financeira?

    24/12/2014 02h00

    A incapacidade de algumas pessoas de sentir prazer ou dor diante de estímulos repetidos pode se tornar um problema quando estamos de uma compulsão por compras.

    Pensemos em uma pessoa que compra um sapato, usa-o somente uma vez e já quer comprar outro, e assim sucessivamente até o ponto de não ter mais espaço para guardá-los em casa –e, pior, a ponto de perder o controle de suas finanças.

    Agora imaginemos o quanto essas pessoas que compram compulsivamente, ou mesmo aquelas que apresentam leves traços desse comportamento, poderiam multiplicar essa compulsão com um smartphone a sua disposição para as compras on-line?

    A 14ª edição da pesquisa F/Radar, realizada pela F/Nazca com apoio operacional do Datafolha, mostrou que um em cada dez internautas brasileiros realizou alguma compra via internet no último ano utilizando o telefone celular. Esses números já se igualam às compras realizadas pelo computador de mesa e pelo notebook.

    A pesquisa mostra também que 28% dos internautas costumam dar opinião on-line sobre produtos comprados, sendo as páginas das marcas nas redes sociais a principal arena de críticas e elogios.

    Ou seja, é notório que existe um bom nível de interação e interesse desses consumidores com o canal de compras on-line. "Quem estiver mais bem preparado para interpretar e mobilizar esse enorme potencial geocolaborativo levará vantagem", avalia José Porto, diretor nacional de planejamento da F/Nazca.

    Diante desse cenário, com o crescimento tecnológico dos smartphones e a perspectiva de investimento cada vez maior das empresas no canal de vendas on-line, as possibilidades de aumento quantitativo e qualitativo de consumidores compulsivos é mais do que real.

    O consumidor, de maneira geral, precisa se proteger de todos esses estímulos que buscam levá-lo para uma compra compulsiva, como as promoções relâmpagos e as "ofertas" diárias. A relação com o dinheiro pode e deve ser racional.

    A partir do momento em que o consumidor adquire a consciência de que vive o fenômeno da psicoadaptação (adaptação aos estímulos que geram tanto a dor como o prazer), ele deve trabalhar introspectivamente a sua relação emocional e racional com o dinheiro de maneira que o ato de comprar traga satisfação antes, durante e depois da compra.

    A inteligência financeira entra em cena para a orientação nas decisões de consumo que venham a atender aos desejos, mas primeiro às necessidades, com cautela e prudência, de tal modo que as compras propiciem um prazer que não venha a se acabar, literalmente, de um dia para o outro.

    Post em parceria com Adriana Matiuzo

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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