• Colunistas

    Thursday, 02-May-2024 15:05:13 -03
    Caro Dinheiro

    Em que aplicação posso investir R$ 100 mil, sem incidência de IR e IOF?

    12/01/2015 02h00

    Pergunta enviada por M. V. A. do Rio de Janeiro (RJ).

    A caderneta de poupança, em que você mantém seus recursos atualmente, de fato não tem cobrança de IR (Imposto de Renda) nem de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Isso não significa que a modalidade representa um bom investimento; muito pelo contrário, é nela que se encontram os retornos mais baixos se comparados com os de outros produtos financeiros com risco similar.

    Para comparar diferentes formas de investimento, é importante analisar a rentabilidade líquida e ponderá-la por seu risco. No caso da poupança, que funciona como uma espécie de empréstimo ao banco, a possibilidade de não pagamento está relacionada exclusivamente com a falência da instituição.

    Ainda assim, para esses casos, é válido o FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que assegura ao investidor o pagamento de até R$ 250 mil por instituição e por CPF caso seu banco venha a quebrar.

    Para 2015, o prognóstico é o de que a poupança oferecerá retornos próximos a 7% ao ano, enquanto a inflação esperada é de 6,49%. O retorno, como de costume para a ferramenta, mal consegue manter o poder de compra do investidor.

    Na mesma linha da poupança estão LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio), modalidades sobre as quais não incide IR ou IOF, mas que contam com uma carência exigida pela maior parte dos bancos de cerca de seis meses até que possa ser realizado o resgate. Para as LCs em geral, é negociado um retorno líquido, o qual usualmente está atrelado ao CDI.

    Os riscos das letras de crédito e da poupança são bastante similares, uma vez que as primeiras também funcionam como empréstimos ao banco e também são cobertas pelo FGC.

    No cenário atual, com Selic a 11,75% ao ano, o CDI fica próximo a 11,57% ao ano. Mantendo a mesma proporção, para a Selic esperada em 12,5% ao ano já para o mês de março de 2015, segundo o relatório Focus (pesquisa do Banco Central com instituições financeiras), o CDI estimado será da ordem de 12,31% ao ano.

    Considerando a possibilidade de obter cerca de 85% do CDI em alguns bancos grandes na compra de letras de crédito, a rentabilidade líquida obtida será de 10,46% ao ano, permanecendo bastante acima da poupança.

    Existem, ainda, outras duas possibilidades de aplicação bastante eficientes, com risco similar: CDB (Certificado de Depósito Bancário) de grandes bancos –com cobertura do FGC– e LFT (Letra Financeira do Tesouro), na qual é possível investir por meio do Tesouro Direto. Para as duas ferramentas, há incidência de IOF apenas nos primeiros 30 dias de aplicação, além da cobrança de IR. No entanto, mesmo com os impostos, elas ainda se mostram bastante competitivas, com rentabilidade bruta próxima a 100% do CDI, que chega a ficar em termos líquidos um pouco acima da oferecida por LCs no caso da cobrança da menor alíquota de IR, que ocorre para aplicações por prazos acima de dois anos.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024