• Colunistas

    Tuesday, 07-May-2024 09:35:10 -03
    Caro Dinheiro

    Tesouro Direto rende mais que poupança mesmo com taxa de 0,5%?

    19/01/2015 02h00

    Pergunta enviada por A. Z. T., de São Paulo (SP).

    Assim como a poupança, a aplicação em papéis do Tesouro Nacional também é um instrumento bastante conservador. Nessa modalidade, o investidor realiza uma espécie de empréstimo para o governo e, caso aguarde o período contratado, receberá o valor estipulado no momento da compra.

    Só não será pago o valor devido em casos de calote do governo, uma realidade ainda distante no Brasil.

    Considerando o prazo de cinco anos que você menciona como horizonte de investimento para seus recursos, há uma NTN-B (Nota do Tesouro Nacional –Série B) Principal com vencimento em 15 de maio de 2019 com pagamento bruto anual previsto de 5,99% ao ano (dado da última segunda-feira, 12) acrescido do IPCA (índice oficial de inflação).

    Ou seja, diferentemente da poupança, o Tesouro garante a manutenção do poder de compra do investidor, pois remunera sempre acima da inflação, neste caso, em 5,99% anuais.

    E, mesmo com os custos envolvidos na ferramenta, ela ainda se mostra bem mais vantajosa do que a poupança. Esses gastos são relativos à taxa de custódia, que fica em 0,3% ao ano, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), incidente apenas para aplicações com prazos inferiores a 30 dias, Imposto de Renda decrescente e taxas administrativas.

    Para o prazo de cinco anos, a alíquota de imposto praticada é a menor possível: 15%.

    Em relação às taxas administrativas, a média esperada é de 0,3% e, segundo o site do Tesouro Nacional, existem corretoras ativas que não as cobram. Dessa forma, os 0,5% sugeridos podem ser considerados bastante elevados, havendo margem para negociação com a instituição.

    Como alternativa, o investimento por corretoras menores também pode ser eficiente, pois a instituição funcionará apenas como um intermediário na transação, devendo o título ser custodiado e registrado nominalmente.

    Em caso recente, no entanto, a corretora Corval, que oferecia taxas de corretagem inferiores à média do mercado, entrou em processo de liquidação, revelando que tais taxas só eram possíveis porque as compras não estavam sendo transferidas para o nome dos clientes, e sim para a própria instituição. Assim, no momento da quebra, os prejuízos foram estendidos também aos investidores.

    Para evitar esse problema, no entanto, não há grandes dificuldades: basta que o investidor verifique se os registros foram realmente realizados em seu nome. Isso é possível consultando o extrato no site do programa do Tesouro Direto, onde tais operações são registradas, ou no CEI (Canal Eletrônico do Investidor), da BM&FBovespa.

    De qualquer forma, dentre as corretoras disponíveis, algumas realizam o repasse dos pagamentos no próprio dia do investimento.

    Assim, é possível receber os retornos devidos no momento em que os mesmos são liquidados, evitando um período de transação maior do capital dentro da instituição.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024