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    Caro Dinheiro

    Quando o dinheiro não traz felicidade

    25/01/2015 15h50

    Quanto podem ser importantes as compensações financeiras em detrimento à qualidade dos nossos relacionamentos pessoais?

    Quando olhamos para uma população que não está atravessando uma crise econômica e financeira, verificamos que uma renda extra torna-se muito menos importante do que os relacionamentos com a família, com os amigos e dentro da comunidade. O sinal vermelho nos indica o perigo de sacrificarmos em demasia a qualidade dos nossos relacionamentos em detrimento a uma renda maior e/ou uma ascensão social.

    Richard Easterlin foi o primeiro economista moderno a lidar com o conceito de felicidade, por volta de 1970. A partir de então, outros economistas e estudiosos também usaram o tema em seus estudos.

    A partir de novos estudos, as pesquisas sobre o tema apontaram que as crianças oriundas de lares desfeitos estão mais propensas a sofrerem de depressão quando adultas. Para protegê-las, o ideal seria que o Estado agisse no sentido de tentar tornar a vida em família mais viável, estabelecendo melhores horários escolares, horários de trabalho mais flexíveis, creches com regulamentos mais inteligentes. Outro fator relevante é um maior tempo livre dentro da jornada de trabalho, para permitir o exercício da maternidade e/ou da paternidade.

    Foi possível constatar também que os participantes desempregados eram mais felizes (ou menos infelizes) mesmo em situações com índices de desemprego mais elevados. Ou seja, nem todo desempregado está necessariamente desprovido de "bem-estar".

    O efeito positivo que reduziu o estigma sobre a falta de "bem-estar" dos desempregados, parece compensar os efeitos negativos gerados por uma menor probabilidade de conseguir um futuro emprego para esse indivíduo.

    Os nossos sentimentos de "bem-estar' ou "mal-estar" estão atrelados a múltiplos determinantes, que vão desde o conforto físico até o nosso senso interior. O que vai importar de forma efetiva é a nossa felicidade ao longo do
    tempo e não apenas os prazeres pontuais e efêmeros.

    Essa nova forma de olhar a felicidade e a economia, pode nos permitir medir a quantidade de felicidade e explicar as suas características nas nossas relações cotidianas, sociais, micro e macroeconômicas.

    Post em parceria com Adriana Matiuzo

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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