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    Caro Dinheiro

    Cuidado com a pressão para comprar a casa própria

    28/01/2015 02h00

    As construtoras e corretoras promovem sistematicamente os chamados "Feirões", como estímulo para a compra de imóveis residenciais, sugerindo sempre que o aluguel é desfavorável a quem deseja um imóvel para morar.

    A pressão para sobre o consumidor deve aumentar, já que o último levantamento do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) apontou para um recuo de 40% no acumulado das vendas de 2014.

    Assim, o ideal, para quem sonha com a casa própria, é sempre analisar com muita atenção caso a caso e ter em mente que alugar pode ser, na realidade, uma opção viável e interessante dependendo do caso.

    Quando olhamos para as taxas de financiamento, usando a cidade de São Paulo como exemplo, paga-se em média 0,75% ao mês em taxas de juro, enquanto a taxa de aluguel fica próxima a 0,4% em relação ao valor total do imóvel.

    Dessa forma, consideremos como exemplo o caso de um imóvel paulistano no valor de R$ 400 mil a ser pago com 20% de entrada (R$ 80 mil) e parcelamento do restante em 360 meses. O valor das parcelas mensais do financiamento será de R$ 2.613 mil, enquanto o aluguel ficará próximo a R$ 1,6 mil.

    Se em vez de financiar um imóvel, o indivíduo investisse os R$ 80 mil que já possui da entrada e usasse a diferença mensal entre o valor das parcelas e do aluguel (R$ 2.613 mil + R$ 1,6 mil = R$ 1.013 mil), em uma modalidade de baixo risco durante 30 anos, ao final deste período ele poderia resgatar aproximadamente R$ 1.5 milhão.

    SUGESTÃO PARA PLANEJAMENTO

    1 - Se você não paga aluguel, deposite todo mês na poupança o valor que você pagaria na parcela do financiamento do imóvel, acrescendo 10 a 15% para gastos com mobília e pequenas reformas.

    2 - Se você já paga aluguel, deposite a diferença entre esse aluguel que você paga e a parcela do financiamento que você estima pagar. Acrescente também os 10 a 15%.

    SE DECIDIR COMPRAR...

    Depois de tomada a decisão, o próximo passo é planejar-se, pois esta escolha é de longo prazo e exige muita disciplina. Não podemos esquecer do valor médio de 20 a 30% de entrada!
    Se você decidir alugar

    Deverá ter um perfil disciplinado e poupar pensando em comprar um apartamento no futuro. Dessa forma, mesmo que jamais decida de fato investir em um imóvel, terá uma boa quantia investida. Devemos sempre lembrar que a previdência no Brasil não oferece rendimentos compatíveis com as nossas rendas enquanto somos trabalhadores na ativa.

    E, claro, fuja do aluguel muito alto, independente dos outros benefícios que possam estar inclusos. Ao pagar um aluguel acima do que você deveria pagar, suas possibilidades de guardar dinheiro ficarão reduzidas!

    Post em parceria com Adriana Matiuzo

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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