• Colunistas

    Saturday, 18-May-2024 23:19:05 -03
    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    27/01/2015 02h00

    PANORAMA MUNDO

    Após o Banco Central Europeu decidir implementar um amplo programa de compra de bônus de 60 bilhões de euros por mês, a partir de março, as Bolsas de Nova York tiveram correção e fecharam em queda na última sexta-feira (23).

    Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em baixa de 0,79% e 0,55%, enquanto o Nasdaq encerrou em leve alta de 0,16%. Com isso, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq valorizaram em 0,9%, 1,6% e 2,7% na semana que passou.

    A leitura preliminar do índice dos gerentes de compras do setor manufatureiro nos EUA apontou desaceleração do ritmo de expansão em janeiro. De acordo com dados divulgados pelo Markit, o índice apresentou 53,7 pontos em janeiro, ante 53,9 em dezembro.

    A queda de performance do índice em janeiro foi pressionada pela desaceleração do ritmo de crescimento de novos negócios no setor. O volume de novos negócios mantém-se em expansão, tendo se ampliado a cada mês desde setembro de 2009. Contudo, o avanço de janeiro foi o mais fraco em um ano.

    Já a confiança do consumidor americano, que vem crescendo nos últimos meses, teve alta de quase 5% em janeiro, atingindo 98,2 pontos, o nível mais alto desde 2004.

    Assim, a melhora da confiança do consumidor americano, junto a um cenário marcado pelo tombo dos preços dos combustíveis e pela melhora do mercado de trabalho, confirma as expectativas de que o consumo terá um desempenho bastante positivo em 2015, garantindo um crescimento da economia em 3% ou mais neste ano.

    As principais Bolsas europeias fecharam a última sexta-feira (23) em alta, ainda sob efeito do pronunciamento do BCE sobre o pacote de afrouxamento quantitativo que será iniciado em março.

    Os índices DAX e CAC 40, de Frankfurt e Paris, lideraram os ganhos, encerrando o dia em alta de 2,05% e 1,93%. Já os índices FTSE 100 e IBEX 35, de Londres e Madri, fecharam em alta menos expressiva, de 0,53% e 0,67%, também sob o impulso do afrouxamento quantitativo do BCE.

    Na Alemanha, o índice dos gerentes de compras do setor industrial recuou de 51,2 pontos em dezembro para 51 na preliminar de janeiro, segundo o Markit. Para os analistas, o índice apresentaria alta para 51,7 pontos. Assim, o índice ainda apresenta expansão mas a um ritmo menor do que o registrado nos meses anteriores.

    Já na Espanha, a taxa de desemprego apresentou o mesmo percentual registrado no terceiro trimestre de 2014 e ficou em 23,7% no quarto trimestre, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas do país. Essa estabilidade, segundo o relatório apresentado pelo instituto, indica que o aumento de vagas criadas, que já supera as expectativas dos analistas, foi contrabalançado pela alta no número de pessoas buscando emprego.

    Na Ásia, as principais Bolsas fecharam sem sinal único nesta segunda-feira (26). Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,25%, com o dólar mais fraco e um euro ainda mais desvalorizado, prejudicando as ações das exportadoras japonesas. Já os índices Xangai Composto e Shenzhen Composto, da China, subiram 0,94% e 2,23%, com ações dos setores de tecnologia e consumo se destacando.

    Além disso, o deficit comercial do Japão caiu pela metade em dezembro de 2014, em relação ao mesmo mês do ano anterior, com o crescimento de 13% das exportações dando mais um sinal de que a balança comercial do país pode estar começando a melhorar, ajudada pelo iene mais fraco e pela expansão cada vez mais forte dos EUA.

    Nos próximos dias será divulgado o PIB anual do Reino Unido, a declaração do FOMC e a decisão da taxa de juros dos EUA, e o IPC anual da zona do euro.

    PANORAMA BRASIL

    Com o aumento da aversão ao risco dos investidores, decorrente a possibilidade de o país adotar racionamentos de energia e água e das declarações de membros do governo que reforçaram a percepção de que o crescimento do país tende a ser negativo, a Bolsa brasileira teve queda de 1,24% na última sexta-feira (23).

    O dólar registrou queda pela terceira semana consecutiva e, para os analistas, esse movimento ocorreu devido ao afrouxamento quantitativo europeu que dá suporte as moedas emergentes e, dessa maneira, as valoriza. Assim, a moeda americana se depreciou 1,23% ante o real.

    O índice de confiança do consumidor da Fundação Getulio Vargas caiu 6,7% em janeiro, na comparação com dezembro, ao passar de 96,2 para 89,8 pontos, o menor nível da série histórica do indicador, iniciada em setembro de 2005. Segundo Tabi Thuler Santos, economista da FGV/Ibre, a queda de janeiro dá sequência à tendência observada ao longo do ano passado e parece refletir um aumento da preocupação com o mercado de trabalho e com a inflação.

    Já o índice de confiança do empresário na indústria voltou a subir em janeiro e o levantamento preliminar apontou alta de 1,2% em relação a dezembro. Tal como destacado em nota pela FGV, o aumento da confiança do empresário na indústria foi influenciado pela melhora das avaliações sobre o momento presente.

    Além disso, o IPCA-15 subiu para 0,89% em janeiro, após registrar 0,79% em dezembro. Com isso, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi para 6,69% e se encontra acima do teto da meta da inflação, que é de 6,5%. O grupo de alimentação e bebidas foi o responsável por 40% do IPCA-15 em janeiro e o segundo maior impacto do mês foi registrado pela energia elétrica, com alta de 2,60% em janeiro.

    Nos próximos dias será divulgado o fluxo cambial estrangeiro no país, o IGP-M mensal e o superavit orçamentário de dezembro.

    Post em parceria com João Luiz de Cerqueira Cesar, graduando em Economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024