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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    03/02/2015 10h45

    PANORAMA MUNDO

    A semana passada terminou em tom de pessimismo nos EUA. O resultado do PIB do quarto trimestre desanimou investidores. Segundo o Departamento de Comércio, a economia americana cresceu 2,6% (em valores anualizados) no quarto trimestre. Economistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam um valor próximo de 3,2%.

    Analogamente, o resultado do PMI Industrial reforça a moderação dos investidores. O indicador registrou 53,9 em janeiro, mantendo-se no mesmo patamar do mês anterior. No entanto, a confiança do consumidor dá sinais no sentido inverso. O índice teve alta de 102,9 em janeiro, alta expressiva quando comparada à leitura anterior, de 93,1.

    Com isso, Dow Jones e S&P 500 fecharam a sexta-feira em queda de 1,45% e 1,30%, respectivamente. A Nasdaq teve resultado negativo de 1,03%.

    Na Europa, as preocupações giram em torno da Grécia, da relação com a Rússia e de deflação. Após a vitória do partido de esquerda Syriza, líderes europeus temem que o país possa acabar deixando a zona do euro em função do impasse de sua dívida soberana.

    A Rússia divulgou crescimento de 0,6% do PIB em 2014. O Kremlin espera uma contração de até 4% em 2015, após a União Europeia aprovar a continuidade das sanções econômicas ao país. Tanto que o BC do russo decidiu cortar a taxa básica de juros de 17% para 15%.

    E na zona do euro, a deflação continua a preocupar investidores. O índice de preços ao consumidor teve queda de 0,6% em janeiro, de acordo com leitura preliminar. Além disso, as vendas no varejo na Alemanha tiveram alta de 0,2% em dezembro, abaixo da expectativa de 0,5%. Esses indicadores tornam a meta de 2% de inflação, estabelecida pelo Banco Central Europeu, cada vez mais difícil.

    Na Ásia, há indícios de que o crescimento chinês será cada vez mais moderado. O PMI HSBC Industrial registrou 49,7 em janeiro, valor superior aos 49,6 de dezembro. No entanto, valores abaixo de 50 indicam contração da atividade Industrial. O lucro das indústrias no país também teve forte queda no começo do ano.

    Segundo o Financial Times, o governo chinês trabalha com um crescimento do PIB próximo a 7% em 2015.

    A semana será marcada pela divulgação de dados do Reino Unido, como o PMI de Construção, PMI de Serviços e a decisão da taxa básica de juros do país. Além disso, serão divulgados dados sobre emprego nos EUA e a balança comercial da China. Todos os dados são referentes ao mês de janeiro.

    PANORAMA BRASIL

    No Brasil, os desarranjos macroeconômicos e as preocupações com a falta de água e energia reacendem o pessimismo do mercado. Segundo analistas, um corte menor de energia causaria uma diminuição de 0,5% a 1,4% no crescimento da economia. Já uma restrição no uso de água acarretaria em uma redução adicional de 0,1% a 0,2%.

    Outro fator preocupante é o primeiro deficit primário da série histórica do país, na casa dos R$ 32,53 bilhões em 2014, o que equivale a 0,63% do PIB. Além disso, a balança comercial registrou deficit de R$ 3,17 bilhões em janeiro.

    Com a preocupação com a situação doméstica e o temor de redução das intervenções no câmbio, o dólar fechou a segunda-feira em alta de 0,97% cotado a R$ 2,71. Esse é o quarto pregão consecutivo de alta da moeda americana.

    Enquanto isso, a Bovespa fechou o primeiro pregão do mês em alta. O Ibovespa fechou a segunda-feira com alta de 1,58% e volume de R$ 5,568 bilhões. A Petrobras foi uma das empresas que puxaram os ganhos, após divulgação de produção recorde de derivados nas suas refinarias. Soma-se a isso a alta do barril do petróleo no mercado internacional.

    No Brasil serão divulgados o PMI de Serviços, PMI Industrial, balança comercial e o IPCA. Todos os anteriores referentes ao mês de janeiro. E também será divulgada a produção industrial do mês de dezembro.

    Texto em parceria com Luca Mosena, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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