• Colunistas

    Saturday, 04-May-2024 11:27:33 -03
    Caro Dinheiro

    Tiro dinheiro da poupança e coloco em fundo que rende 80% do CDI?

    23/02/2015 02h00

    Em tempos atuais, a poupança caminha bastante mal. No mês de janeiro deste ano, seus rendimentos ficaram abaixo da inflação no acumulado dos últimos 12 meses.

    Essa defasagem reforça a tese de que, por mais que o risco envolvido na modalidade seja pequeno e haja isenção de Imposto de Renda (IR), não há qualquer garantia de que a caderneta de poupança será capaz de superar o reajuste de preços.

    Assim, a substituição desse investimento por ferramentas similares e igualmente de baixo risco pode ser interessante. Para fazer essa avaliação, o principal será considerar o prazo de aplicação, pois ele será responsável por definir o Imposto de Renda incidente e, consequentemente, o retorno esperado de cada uma das aplicações.

    Para simular o retorno do fundo proposto contra o da poupança, será considerada uma taxa Selic de 12,25% e todas as condições apresentadas: R$ 30 mil de capital para investimento, taxa de administração de 1,20% em cada aporte e um rendimento previsto em 80% do CDI.

    Neste cenário, por ser isenta de imposto, a poupança rende de 7,44% ao ano para todos os prazos.

    Já o fundo remunera 7,40% ao ano em seis meses de aplicação; 7,64% ao ano para 12 meses; 7,88% ao ano para mais do que um e menos do que dois anos; e 8,12% ao ano acima de dois anos.

    Ou seja, o fundo só perde para a poupança se for resgatado em até seis meses.

    EFEITO DE IMPOSTO

    Essas variações são consequentes das alíquotas de Imposto de Renda, que variam regressivamente de 22,50% para até seis meses de aplicação até 15% em dois anos.

    É importante ressaltar, no entanto, que uma taxa de 80% do CDI é extremamente baixa para um montante a ser investido de cerca de R$ 30 mil, podendo haver renegociação junto à instituição financeira.

    Fundos acima de 90% do CDI, por exemplo, já são mais vantajosos, em termos de retorno, do que a poupança.

    TESOURO DIRETO E CDB

    De qualquer maneira, outras modalidades financeiras podem oferecer retornos bem melhores na atual situação econômica, em especial aquelas com rentabilidade atrelada à inflação, como o Tesouro Direto, que garantem o poder de compra do investidor.

    Nesta ferramenta, o pagamento já começa em 9,26% para o prazo de seis meses, e chega a 10,16% quando a aplicação ultrapassa dois anos.

    Além disso, os CDBs de grandes bancos também têm se mostrado superiores à poupança em termos de retorno, valendo a pena quando os ganhos que ficam acima de 85% do CDI. Esse instrumento financeiro rende 7,90% ao ano para prazos inferiores a seis meses, 8,15% ao ano para prazos de seis até 12 meses; 8,40% ao ano para prazos maiores que um e menores do que dois anos; e 8,66% ao ano para prazos acima de dois anos. Para prazos e projeções de remuneração maiores, o lucro aumenta consideravelmente, indicando forte benefício ao investidor que optar por sair da poupança e investir em um CDB.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024