• Colunistas

    Saturday, 04-May-2024 17:07:12 -03
    Caro Dinheiro

    Gostaria de investir R$ 30 mil em 12 meses. Qual a melhor aplicação?

    DE SÃO PAULO

    02/03/2015 08h52

    A alta de preços do último ano e a expectativa de uma inflação ainda maior em 2015 têm tornado a poupança, aplicação já pouco vantajosa em períodos de maior calmaria financeira, cada vez menos interessante para o investidor.

    As modalidades de investimento que já eram superiores à caderneta permanecem sendo mais rentáveis, mas ganham destaque aquelas com rendimento atrelado às taxas de juros, que não param de subir para conter a inflação.

    Esses instrumentos permitem a manutenção do poder de compra no longo prazo, feito este que a poupança mal foi capaz de atingir nos últimos tempos.

    Destacam-se, entre as modalidades similares à poupança em termos de risco, os fundos DI, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio e os CDBs (Certificados de Depósito Bancários), todos atrelados à taxa do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, negociado entre bancos e instituições do mercado de capitais), além do Tesouro Direto.

    No caso do Tesouro, há títulos que remuneram de acordo com a alta de preços, desde que seja respeitado o período de investimento determinado na contratação de cada um dos papéis.

    IMPOSTO

    Tanto os fundos DI quanto os CDBs e o Tesouro Direto têm incidência de IR (Imposto de Renda). A cobrança do imposto é regressiva, de acordo com o período de investimento: variando de 22,5% (resgate antes de seis meses) a 15% (resgate após dois anos). Para o caso de um investimento de 12 a 24 meses, a alíquota incidente é de 17,5%. Para as letras de crédito, não há cobrança de IR.

    Em uma simulação que considera uma taxa Selic média de 13,23% ao ano para os próximos 12 meses (conforme expectativa de mercado), taxa de custódia de 0,3% ao ano e isenção de taxas administrativas, como cobrado por algumas corretoras do mercado, o Tesouro Direto oferece um resgate final de R$ 33.181,85.

    Para o caso dos fundos DI, atrelados à taxa básica de juros, foi calculado o retorno levando em conta uma taxa de administração de 1,5% ao ano e um pagamento equivalente a 100% bruto do CDI (foi também considerado CDI médio de 13,05% ao ano). Nessas condições, o montante final obtido é de R$ 32.823,03.

    No caso dos CDBs, em uma média de 97% do CDI, o resgate fica em R$ 33.130,93, enquanto que as LCs (82% do CDI como base para remuneração) pagam R$ 33.180,81.

    RETORNO

    A poupança, por sua vez, paga 0,5% ao mês acrescido da Taxa Referencial (TR), que tem ficado em cerca de 0,10% mensais.

    O resgate –o menor entre os analisados– fica em R$ 32.235,04, indicando que esta é a pior aplicação para o período sugerido, ficando não somente atrás de todas as outras aplicações de risco semelhante em termos de rentabilidade, como também praticamente não sendo capaz de superar a inflação.

    Um rendimento que repusesse uma inflação de 7,33% (previsão do último Boletim Focus), elevaria o capital para R$ 32.183,26.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024