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    Caro Dinheiro

    Vale a pena investir em títulos públicos? Como faço aplicações mensais?

    23/03/2015 02h00

    É possível obter excelentes retornos com títulos prefixados se os resgates puderem ser feitos apenas no vencimento, uma possibilidade bastante plausível no caso da aplicação do capital como forma de aposentadoria. Nestas condições, a rentabilidade, hoje em 13% ao ano, tende a ser bastante superior à oferecida pela poupança.

    A taxa é estipulada a partir da expectativa do juro básico (Selic) médio entre o presente e a data de vencimento dos papéis.

    Se o mercado julgasse que a taxa básica de juros pudesse ficar em um patamar superior, os retornos seriam ainda maiores, assim como o interesse pelos títulos. Isso elevaria o preço do papel e, portanto, desceria a taxa de retorno até o equilíbrio –ou seja, a expectativa da própria Selic.

    Contudo, em um momento turbulento da economia como o atual, a volatilidade de preços dos títulos prefixados tende a ser maior. No caso da venda antes do vencimento, se ocorrer uma alta na expectativa de taxa de juros em relação àquela fixada no momento de compra, o título poderá ter perdas significativas.

    Além disso, ainda que resgate apenas no vencimento, como a inflação futura é incerta, os títulos prefixados podem ter um desempenho pior do que a inflação e gerar uma perda do poder de compra.

    Uma opção mais aconselhável diante da atual situação econômica é o investimento em LFT (Letras Financeiras do Tesouro), uma vez que é atrelada à Selic e o risco de perda com venda antecipada é bem menor. Fora isso, o governo mantém a Selic acima da inflação, o que não compromete o poder de compra do investidor.

    INVESTIMENTOS

    Em relação às aplicações, só será possível realizar uma delas se todo o montante estiver disponível hoje. Caso tenha recebimentos no decorrer do tempo, a melhor estratégia é ir comprando à medida que o dinheiro entrar.

    A cada compra, será atribuída a taxa negociada naquele momento, não sendo possível adicionar novos títulos à carteira com rentabilidades anteriores.

    O Imposto de Renda também varia de acordo com o prazo entre o aporte e o resgate de cada título. A alíquota é regressiva, variando de 22,5% para aplicações de até 180 dias, 20% para as que possuem entre 181 e 360 dias, 17,5% entre 361 e 720 dias e, finalmente, 15% para mais de dois anos de duração.

    No caso da contratação para médio e longos prazos, o IR deverá ficar em 15%, havendo também custos de taxa de custodia (0,3% ao ano) e taxas de corretagem, que não são cobradas por algumas corretoras do mercado.

    Vale a pena pesquisar.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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