• Colunistas

    Sunday, 28-Apr-2024 03:00:24 -03
    Caro Dinheiro

    Mantenho R$ 180 mil aplicados em cooperativa de crédito?

    13/04/2015 02h00

    Do ponto de vista de investimentos, a cooperativa da sua empresa parece não ser opção tão interessante. Apesar de contarem com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), tais aplicações já contam com risco médio intrínseco.

    O FGCoop é um fundo único para todas as cooperativas de crédito que assegura aos depositantes R$ 250 mil em casos de intervenção ou liquidação extrajudicial da instituição financeira.

    É semelhante ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que oferece garantias similares e nas mesmas circunstâncias para modalidades de investimento de grandes bancos comerciais, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e Letras de Crédito. Mas o risco de falência da cooperativa tende a ser muito maior que o de bancos mais tradicionais.

    Já em termos de retorno, a cooperativa da sua empresa remunera cerca de 100% do valor do CDI. Em alguns bancos médios, certas modalidades de investimento cobertas pelo FGC pagam 110% e até 120% do CDI, nível significativamente mais favorável.

    O CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) consiste na taxa à qual os bancos trocam dinheiro entre si e que está totalmente relacionada à Selic. Com os recentes aumentos da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano, o CDI tem permanecido em cerca de 12,60% em sua análise anualizada.

    Além disso, as previsões de diversos economistas apontam uma alta ainda maior da Selic –e, consequentemente, do CDI. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, a previsão da Selic para o final do ano é 13,25%.

    Descontado o IR (Imposto de Renda), que varia regressivamente de acordo com o prazo de investimento, o CDI líquido se torna consideravelmente atrativo. Por isso, é bastante interessante contar com uma aplicação que ofereça retornos melhores em relação a essa taxa, e a cooperativa parece não estar muito próxima da remuneração de outras ferramentas do mercado.

    Na hora de migrar o capital para um banco, pesquise bem e verifique a rentabilidade líquida de cada uma das modalidades disponíveis, estando atento principalmente às de baixo risco, como os CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) e as Letras de Câmbio (LCs).

    Todas as aplicações citadas contam com o suporte do FGC, e, apesar dos recentes rumores de mudança que rondam o Ministério da Fazenda, as LCIs e LCAs ainda não sofrem cobrança de impostos. Já para CDBs e LCs, o IR praticado é de 22,5% para investimentos de até 180 dias; 20% de 181 a 360 dias; 17,5% entre 361 e 720 dias, e 15% para 721 dias ou mais.

    Analise também o risco da instituição financeira a partir das notas a ela atribuída por agências de risco e, antes da transferência efetiva, invista um valor ligeiramente inferior aos R$ 250 mil pagos pelo FGC. Assim, em eventuais casos de falência, a garantia será de retorno integral do valor, sem que haja eventuais perdas por causa de rendimentos que ultrapassaram esse limite.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024