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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    21/04/2015 02h00

    PANORAMA MUNDO

    As Bolsas americanas seguem um ritmo de queda com o aumento da desconfiança dos mercados. Em parte, esse resultado está atrelado à especulação de que o governo grego não cumprirá a próxima amortização da dívida.

    Adicionalmente, há que se considerar o recente pronunciamento do Banco Popular da China, alterando as regras de negociação do mercado de balcão e os limites de reserva bancária, ativando o alarme de "atenção" dos investidores. Na semana passada, o Dow Jones recuou 1,3%, o S&P perdeu 1% e Nasdaq caiu 1,3%.

    Segundo o Conference Board, os indicadores antecedentes nos EUA predizem uma desaceleração do crescimento, o que pode ser evidenciado pela redução na liberação de alvarás de construção, no número médio de horas trabalhadas na indústria e no número de encomendas industriais.

    Em relação à taxa de juros americana, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) segue firme na posição de que haverá aumento neste ano, mas não explicita a data. Segundo a autoridade monetária, a decisão final dependerá dos próximos indicadores sobre a expansão da economia.

    A cautela do Fed foi endossada pelo economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard. Para ele, o timing é a questão central e o Fed tem mantido uma postura bastante transparente durante todo esse processo.

    As Bolsas europeias fecharam a semana em baixa, com os temores com uma correção negativa dos preços do mercado chinês e pelo risco crescente de a Grécia sair da zona do euro. O índice DAX, de Frankfurt, fechou na última sexta-feira com baixa de 2,58%, e o FTSE-100, de Londres, teve queda de 0,93%.

    Levantamento do escritório de estatísticas da União Europeia, o Eurostat, aponta deflação de 0,1% em março no bloco. O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, afirmou, porém, que há evidencias claras de que as recentes medidas de compras de ativos já têm demonstrado que são eficazes.

    A expectativa é de que a deflação se mantenha nos próximos meses, mas que a inflação apareça até o final do ano. As compras de ativos pelo BCE devem continuar até setembro de 2016 e o patamar de 2% de inflação poderá ser atingido.

    O índice de Xangai acumulou avanço de 6,3% na semana passada, impulsionado pelo influxo de capitais e pela procura de grandes empresas em valorização. A comissão reguladora de valores mobiliários da China (CSRC) apurou novo recorde na abertura de contas no mercado de ações, no total de 1,68 milhão de novas contas. O índice de Hong Kong registrou baixa, após divulgação dos dados da construção civil nos EUA: o crescimento do setor foi de 2% em março, ante a expectativa de 15%.

    A China quer incluir o yuan na cesta de moedas do FMI (Fundo Monetário Internacional). A divisa é a quinta moeda mais usada no comércio mundial. No entanto, o país terá que implementar uma série de reformas econômicas para atingir a classificação de "livremente conversível".

    Atualmente, Pequim controla rigidamente as cotações do yuan e se reserva ao direito de restringir influxos e remessas de capital. O yuan seria a primeira moeda de um país emergente a compor a cesta. Para Christine Lagarde, diretora do FMI, a inclusão é perfeitamente possível mediante uma reforma dos mecanismos de controle do câmbio doméstico.

    Nesta semana será divulgado o PMI (Industrial) da Alemanha e o índice de encomendas de bens duráveis nos EUA.

    PANORAMA BRASIL

    O Ibovespa fechou a semana com leve queda de 0,48%, ancorada na acentuação das ordens de venda decorrentes das últimas medidas do Banco Popular da China. A Bolsa só não atingiu patamares mais baixos devido à valorização da Petrobras, que empurrou o índice para cima.

    O mercado reagiu positivamente à captação de R$18,7 bilhões da estatal por meio de bancos nacionais e internacionais para os investimentos de 2015. Já o dólar fechou em alta na última sexta-feira, a R$ 3,03, mas acumulou na semana uma queda de 1,19%.

    O ministro da fazenda, Joaquim Levy, reafirmou em Washington o potencial brasileiro para o seu programa de concessões em projetos de infraestrutura. Para as próximas semanas, o plano é delimitar as áreas que serão concedidas e estruturar os modelos de financiamento.

    A princípio, o BNDES condicionaria o crédito de longo prazo à emissão de debêntures das empresas. Segundo o ministro, a infraestrutura tem sido uma barreira para competitividade da agricultura e indústria brasileiras, e os investimentos neste setor devem favorecer a balança comercial e atrair ainda mais investimentos externos.

    Segundo dados do IBGE o emprego industrial recuou 4,5% em fevereiro deste ano em comparação com 2014. Em relação à folha de pagamento, a queda foi de 6,1% no mesmo período. Dentre os fatores mais proeminentes, destaca-se a falta de competitividade com os produtos importados e o enfraquecimento da demanda por consumo.

    O balanço da Petrobras será divulgado na próxima quarta-feira (22).

    Post em parceria com Douglas Moreira de Gouvea, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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