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    Caro Dinheiro

    Vale a pena assumir riscos na hora de investir?

    27/04/2015 02h00

    Grande parte dos cidadãos, questionados sobre seu perfil em relação aos investimentos, diz se considerar conservadora, especialmente em relação a aplicações financeiras de longo prazo.

    Sob o olhar desses mesmos indivíduos, o investidor é aquele que toma riscos mais profundos e está sempre sujeito a perdas consideráveis, as quais podem implicar perdas (ou ganhos) também maiores, e tal característica cabe mais àqueles que têm mais dinheiro para perder.

    De fato, quanto maior o risco, maior o retorno possível. Contudo, não se deve atribuir ao conceito de investidor a imagem de alguém de grandes posses que está pronto para ver parte de seu capital escoar sem preocupações. Na verdade, pode ser que tenha ocorrido o caminho reverso: obtém-se mais dinheiro quando arrisca-se mais.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Para desconstruir tais convicções, é preciso ter muita personalidade e estar disposto a mudar o cenário a qualquer momento, aproveitando o máximo de oportunidades possíveis. Mas como tornar esse desejo algo mais factível?

    A separação fundamental –e talvez mais complexa– a ser realizada por quem deseja a independência financeira é aquela que distingue os ativos e os passivos do orçamento pessoal.

    De um lado, estão os passivos: financiamentos em geral, despesa com alimentos, lazer ou qualquer outro custo que se vê perdido e irrecuperável. De forma sucinta, considera-se como passivo tudo que extrai capital da conta.

    Na direção oposta, estão os ativos, responsáveis por trazer cada vez mais dinheiro. Nesta categoria, estão aplicações em ações, títulos, ferramentas financeiras ou mesmo imóveis a serem utilizados para locação.

    Para se chegar a resultados cada vez mais satisfatórios e obter rendimentos crescentes, é essencial saber sempre como optar por ativos e manter reservas para que estes possam estar em constante aquisição e reprodução.

    Por isso, o primeiro passo sempre deve ser buscar substituir juros de dívidas pelos de investimentos. Em outras palavras, é necessário deixar de perder para passar a ganhar.

    Neste sentido, pode ser que certos desejos comuns à cultura brasileira como o sonho da casa própria ou do automóvel familiar tenham que ser adiados e realizados em um momento posterior.

    Com uma mentalidade mais bem direcionada à busca pela rentabilidade e ao cálculo financeiro de longo prazo, torna-se muito mais prático o controle do orçamento familiar, e a tendência anterior de sufocar-se nas próprias dívidas passa a ser substituída pela maior tranquilidade até mesmo em momentos de turbulência.

    SAMY DANA é economista com Ph.D em business, professor da EAESP-FGV e escreve às segundas neste espaço.

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    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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