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    Caro Dinheiro

    Vou viajar para os EUA no fim do ano. Compro dólar agora ou espero?

    03/05/2015 19h44

    O preço do dólar, assim como o de qualquer moeda estrangeira, é imprevisível no curto prazo, pois os fatores que o definem se relacionam a economia real, com o lado especulativo do mercado, com decisões políticas e até com eventuais catástrofes naturais.

    Se todos considerassem que a moeda fosse subir de valor no futuro, ninguém a venderia. E se a crença geral fosse na queda, não haveria compra no momento atual.

    O que ocorre, no entanto, são diversas transações diárias com motivos diferentes que acabam definindo o valor do dólar a partir de equilíbrios entre oferta e demanda. Por isso, é difícil -e arriscado- tentar prever o comportamento da moeda.

    Mas há de se considerar alguns fatores na hora de realizar o câmbio.

    A Selic, taxa básica de juros brasileira, está em 13,25% ao ano e deve se manter em altos patamares até 2016.

    Armazenar dólares em casa é deixar de ganhar pelo menos essa taxa com o capital, em reais, aplicado.

    Como alternativa, pode-se considerar a aquisição de contratos futuros de Dólar Mini, uma modalidade que não exige pagamento imediato do montante -apenas o depósito de uma garantia de valor menor e que nem precisa ser em dinheiro (pode ser um CDB, Certificado de Depósito Bancário, por exemplo) e se destaca frente aos fundos cambiais comuns do mercado por normalmente não contar com taxa de administração e permitir investimentos relativamente baixos.

    Os lotes dessa modalidade são de US$ 10 mil, um nível equivalente a 20% do contrato cambial padrão da BM&FBovespa, que, no caso do dólar, é de US$ 50 mil.

    A ferramenta considera acordos de compra ou venda de dólar em prazos futuros a preços definidos e fixados antecipadamente.

    O investidor escolhe o prazo de investimento -que, no seu caso, deverá ser encerrado na data da viagem.

    Seu funcionamento ocorre da seguinte forma: considere a compra de dois minicontratos no valor de US$ 10 mil.

    Caso o dólar suba de R$ 2,90 para R$ 3,00 no período selecionado, o rendimento será de 10 centavos para cada uma das 20 mil unidades de dólar, ou seja, R$ 2.000. No caso do movimento inverso, queda para R$ 2,80, há perda dos mesmos R$ 2.000.

    O mercado futuro irá fixar a taxa de câmbio que irá pagar efetivamente. Se o dólar subir, o acréscimo que pagaria será compensado pelos ganhos do mercado futuro.

    Por outro lado, se o dólar cair, a economia que teria será contrabalançada pelas perdas no mercado futuro.

    Ao utilizar o mercado futuro, você está fazendo um seguro quanto ao preço do dólar.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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