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    Caro Dinheiro

    Tempos de Inflação

    07/05/2015 02h00

    Segundo o relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), o ano de 2015 será de freio para os emergentes e de avanço para os desenvolvidos. Em 2014, os países desenvolvidos cresceram 1,8% e devem crescer até 2,4% neste ano. Já os emergentes cresceram no ano passado 4,6% e a projeção é 4,3% em 2015.

    A última informação trazida pelo FMI no World Economic Outlook foi a de que o Brasil é um dos grandes responsáveis pela retração dos emergentes no ano, já que terá retração de 1%. Além disso, o FMI apontou que a inflação esperada para o ano é de 7,8% no Brasil.

    Atualmente, a taxa básica da economia, a Selic, está em 13,25%. A inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), se encontra em 7,9% – temos uma taxa real (acima da inflação) de 4,96%.

    A variação de preços ocorre naturalmente pelo mercado, por isso, o governo tem a difícil missão de controlar a inflação - ele não pode simplesmente "abaixar" a inflação de maneira direta.

    Um dos instrumentos mais convencionais é por meio do aumento da Selic. Como se dá esse processo?

    Com o aumento da taxa nominal, a inflação instantaneamente permanece inalterada. A taxa de juros real também sobe. Isso terá dois grandes efeitos: sobre o consumo e sobre o crédito.

    Quando temos uma inflação causada pelo aumento da demanda, uma taxa de juros maior faz com que muitos prefiram poupar a gastar, diminuindo assim a procura pelos produtos e serviços e baixando os preços.

    Com a taxa mais alta, o crédito fica mais caro e reduz as compras a prazo e, por conseguinte, o consumo, forçando os preços para baixo.

    A variação da inflação é um fator crucial para o rendimento dos investimentos.

    A Selic está alta e deve ainda subir mais 0,25 ponto percentual neste ano. Com isso, investimentos atrelados à taxa básica de juros se mostram interessantes no curto prazo.

    Para prazos mais longos, uma opção interessante é optar por títulos públicos com uma parcela prefixada e outra pós-fixada atrelada a inflação. É o caso do títulos Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ Juros semestrais (antigas NTN-B).

    Os investidores devem pensar sempre na taxa real de juros, pois é o que afeta o poder de compra - taxa Selic maior não significa necessariamente um ganho real.

    Post em parceria com João Pedro Freire Martins de Lima, graduando em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas e com Hermes Sampaio, graduando em economia pela Fundação Getúlio Vargas, ambos consultores pela Consultoria Junior de Economia

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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