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    Caro Dinheiro

    Para aposentadoria, é mais vantagem usar plano de previdência ou Tesouro?

    18/05/2015 02h00

    Antes de iniciar os cálculos é importante definir algumas variáveis sobre horizonte de aplicação e rentabilidade futura em cada modalidade de investimento.

    Consideraremos um prazo de 30 anos de aplicação, que resultaria em uma aposentadoria possivelmente aos 61 anos (a leitora tem 31). Nas simulações, contamos uma taxa média de rendimento real de 6%, contra uma inflação de 4,5%.

    Também utiliza-se um ganho fiscal estimado em R$ 6.600, o qual seria obtido a partir de uma renda de R$ 10.000. Este valor é relevante no cálculo das tabelas de VGBL e PGBL, bem como a faixa de tributação, que para este capital seria de 27,5%.

    As demais variáveis são aquelas apontadas pela pesquisa da leitora. Ela conseguiu isenção na taxa de carregamento da previdência, taxa de administração de 1,5%, pode fazer contribuições mensais de R$ 2.000 para a aposentadoria e mais R$ 1.000 para emergências.

    A taxa de custodia do Tesouro Direto será a básica do mercado: 0,3% anuais, sem tarifa de corretagem.

    Nestas condições, a melhor escolha será o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre, indicado para assalariados e quem faz a declaração completa) regressivo, que permitirá um aumento do poder de compra de cerca de 164,51% ao longo dos 30 anos. Em um VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre, indicado para profissionais autônomos ou que fazem a declaração simplificada) regressivo, o ganho será de 104,87%, enquanto no Tesouro Direto seria 156,18%.

    O valor final obtido poderá ser dividido em 300 meses, equivalentes a 25 anos, oferecendo uma renda mensal de R$ 5.000 –somado a um benefício do INSS próximo do teto, seria um nível bom para manutenção do consumo.

    No entanto, pequenas alterações nas condições de mercado podem alterar as estimativas de ganho. Se a taxa de administração subir de 1,5% para 3%, por exemplo, o retorno do PGBL regressivo cai para 112,92% e do VGBL regressivo, para 53,28%. No Tesouro Direto, o valor permanecerá o mesmo: 156,18%.

    A alteração do prazo de aplicação também implica mudanças nos rendimentos. Se o prazo subir de 30 para 40 anos, o Tesouro Direto figura como a melhor escolha: são 297,24% de aumento do poder de compra contra 282,95% no PGBL regressivo e 184,36% no VGBL regressivo, contando taxas de administração em 1,5%.

    Finalmente, as Letras do Tesouro ainda parecem ser alternativas favoráveis, dada a ausência de corretagem e a rentabilidade alta, principalmente para perfis conservadores, como o da leitora.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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