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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    26/05/2015 10h37

    PANORAMA MUNDO

    Os principais índices acionários americanos fecharam em queda na última sexta-feira (22), mas estão próximos de níveis históricos de alta. Acredita-se que os investidores quiseram embolsar lucros antes do feriado do Memorial Day, na última segunda-feira (25), em que o mercado ficou fechado, o que influenciou a menor atividade do mercado na semana.

    Com isso, os índices Dow Jones, Nasdaq Composite e S&P 500 fecharam em baixa de 0,29%, 0,03% e 0,22%, respectivamente.

    Os Estados Unidos apresentaram alguns dados fracos referentes ao crescimento de sua atividade econômica.

    O índice de desempenho da indústria americana, por exemplo, apresentou seu menor nível em 16 meses. Após registrar 54,1 pontos em abril, o índice apresentou queda para 53,8 pontos em maio. O resultado indica uma desaceleração do crescimento da atividade no setor.

    As vendas de imóveis residenciais caíram 3,3% em abril, mas permaneceram em um nível elevado, acima de 5 milhões de vendas, pelo segundo mês consecutivo. Embora tenha havido queda, acredita-se que ocorrerá um aumento do número de compradores, pois o mercado de trabalho americano tem se mostrado resiliente com crescimento do emprego e juros baixos, em condições econômicas desfavoráveis.

    Já o índice de preços ao consumidor americano subiu pelo terceiro mês consecutivo. A alta foi de 0,1% em abril, após avanço de 0,2% no mês anterior. Tal resultado sugere que a melhora da economia do país está abrindo caminho para que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) eleve a taxa de juros ainda neste ano.

    Em meio a esse contexto econômico, a ata do último encontro do Fed, divulgada na quarta-feira passada (21), mostrou que, mesmo com divergências de opinião, os formuladores da política monetária dos Estados Unidos concordam que junho ainda é cedo para aumentar as taxas de juros.

    As Bolsas europeias operaram sem tendência definida na última sexta-feira.

    Em Frankfurt, predominou a cautela na última sessão devido à queda do índice de confiança das empresas alemãs para 108,5 em maio, ante 108,6 pontos em abril. O recuo sinaliza que o ritmo de crescimento está diminuindo na Alemanha. Com isso, o índice DAX fechou a última sessão em baixa de 0,42%.

    Já em Londres, a possibilidade de acordo da Vodafone sobre operação de fusão e aquisição com a Liberty Global fez com que as ações da empresa ajudassem o fechamento em alta de 0,26% do índice FTSE 100.

    Quanto aos outros países, questões polêmicas foram discutidas como os possíveis calotes da Ucrânia, que em meio a um contexto geopolítico turbulento teve uma retração de 17,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, e da Grécia, que não pagará o empréstimo de 1,6 bilhão de euros ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

    Os mercados asiáticos fecharam a sexta-feira em alta, com a Bolsa de Tóquio batendo recorde e a de Xangai atingindo o maior nível em sete anos. Isso devido aos dados econômicos animadores e à decisão do Banco do Japão de manter a política monetária "ultra relaxada". Com isso, o índice Nikkei, de Tóquio, teve alta de 0,3%, e o Xangai composto avançou 2,83%.

    O PIB do Japão expandiu 2,4% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, bem acima da expectativa dos analistas, de 1,5%. Porém, muito desse crescimento se deve aos estoques acumulados nas fábricas e, sem a contribuição desses, a economia teria crescido cerca de 0,7%.

    Nessa semana, serão divulgados o PIB trimestral e o índice de confiança dos EUA de maio, além do PIB trimestral e anual do Reino Unido.

    PANORAMA BRASIL

    A Bovespa teve a pior semana do ano, registrando queda acumulada de 5%. A baixa deve-se principalmente ao fraco desempenho das ações dos bancos e da Petrobras, após a confirmação da medida provisória de aumento de impostos para o setor financeiro e da divulgação do balanço patrimonial da estatal.

    Com isso, o Ibovespa fechou na sexta-feira em baixa de 1,33%, com as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras, as preferenciais do Bradesco e as preferenciais do Itaú fechando com baixa de 2,75%, 2,21%, 2,11% e -,1%, respectivamente.

    Já o dólar fechou a semana em alta, acompanhando o movimento de valorização da moeda no exterior e o pessimismo em relação à política fiscal no Brasil. A valorização ocorreu após a divulgação dos dados de inflação mais fortes que o esperado nos EUA, que sustentaram o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, de que o aumento na taxa de juros do país poderá ser feito ainda em 2015.

    Com isso, o dólar comercial subiu 1,73%, fechando a sexta-feira a R$ 3,0948. Na semana, a valorização foi de 3,28%.

    O índice de confiança na indústria caiu 0,7% na prévia de maio em relação a abril, e 20,4% em comparação com maio de 2014. Essa queda na confiança deve-se principalmente ao cenário ruim da economia, que levou a ociosidade da capacidade das indústrias a ser a maior dos últimos seis anos.

    O IPCA-15 subiu 0,6% em maio, mostrando uma desaceleração em relação a abril, quando chegou a 1,07%. Ainda assim, ficou acima da estimativa média de 0,59%, e avançou 8,24% em 12 meses, o maior nível desde janeiro.

    A desaceleração do IPCA-15 deve-se principalmente à energia elétrica, já que em abril as contas de energia tiveram alta de 13,02%, enquanto em maio apresentaram alta menor, de 1,41%. Já o aumento do índice foi fortemente influenciado pela alta de 3,71%, em média, dos preços dos produtos farmacêuticos.

    Por fim, a taxa de desemprego saiu de 6,2% em março para 6,4% em abril, segundo o IBGE. Os números são desanimadores, já que as expectativas variaram de 5,9% a 6,3%, e no mesmo mês em 2014 a taxa estava em 4,9% da população economicamente ativa.

    Nessa semana, serão divulgados o PIB anual e trimestral e a confiança do consumidor de maio.

    Post em parceria com Giulia Porfirio André, graduanda em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultora pela Consultoria Junior de Economia, CJE-FGV (http://www.cjefgv.com/)

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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