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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    09/06/2015 11h53

    PANORAMA MUNDO

    Nos Estados Unidos, os principais índices acionários sofreram quedas na última semana devido ao receio dos analistas de que o Federal Reserve (banco central americano) aumente a taxa de juros nas próximas semanas, diminuindo o valor de títulos de empresas privadas. Os índices S&P 500 e Dow Jones cederam 0,15% e 0,31%, respectivamente, enquanto o Nasdaq subiu 0,11%.

    Segundo dados do governo americano, o número de vagas de trabalho nos Estados Unidos aumentou bastante no último mês, dando sinais de que o baixo crescimento da economia americana no primeiro trimestre foi apenas algo passageiro. Mesmo assim, ainda há expectativa de que o crescimento americano no segundo trimestre seja levemente abaixo da meta do Fed.

    As principais Bolsas europeias fecharam em baixa na última semana, já que o governo grego atrasou o pagamento de uma das parcelas da dívida externa, diminuindo assim, a expectativa dos analistas para o mercado europeu. O índice acionário geral do continente, Stoxx Europe 600, caiu 2,7% na semana passada, enquanto o índice alemão DAX 30 e o francês CAC 40 recuaram 1,9% e 1,74%, respectivamente.

    O índice grego Athex teve a maior queda individual entre os índices europeus, caindo 5% na última semana. No entanto, os analistas preveem que esse momento de baixa seja revertido nesta semana, já que o governo grego está mostrando interesse em resolver o pagamento de sua dívida.

    Entre as empresas europeias, o grande destaque é a fabricante de bebidas inglesa Diageo, que subiu 7% na última semana após especulações que a empresa receberia uma proposta de compra do grupo de investimentos 3G, liderado pelo brasileiro Jorge Paulo Lemann.

    A união europeia segue um árduo caminho de recuperação econômica desde a crise de 2008 e dá sinais de que não voltará ao auge econômico tão cedo: o último relatório sobre desenvolvimento industrial na Europa mostra que a região está em um ritmo estável de crescimento industrial. Além disso, houve uma leve diminuição do desemprego na Europa, de 12,11% em abril para 12,10% em maio.

    Já no mercado asiático, o índice composto de Xangai se destacou devido ao alto volume de compra e venda de ações e foi o único que subiu dentre os índices da região, com avanço de 1,54% na semana passada. O índice japonês Nikkei apresentou queda de 0,13% no período, após o governo japonês enfraquecer o valor do Iene para controlar o problema da deflação no país.

    De acordo com dados liberados pelo governo chinês na última sexta-feira (5), o índice de importações chinesas caiu pelo sétimo mês seguido em maio, enquanto o índice de exportações também teve queda mensal. Estes dados mostram que, mesmo com pacotes de estímulos ao crescimento feitos pelo governo chinês, a economia local ameaça entrar em um período de estagnação nunca antes visto no país.

    Nessa semana serão divulgados novos dados sobre a produção industrial mensal chinesa, além da produção industrial britânica e informações sobre as vendas de varejo nos Estados Unidos.

    PANORAMA BRASIL

    A BM&F Bovespa caiu 1,03% na última sexta-feira, mas acumulou alta de 0,40% na semana, devido principalmente ao aumento de vagas de emprego nos Estados Unidos. O mercado esteve fechado por um dia, na quinta-feira (4), devido ao feriado de Corpus Christi.

    O destaque positivo entre as empresas foi a TIM, cujos papéis atingiram alta de 3,98% na quarta-feira (3). É esperado que o mercado de títulos de renda variável continue em baixa no Brasil, após o Banco Central aumentar novamente a rentabilidade de títulos públicos através da elevação da Selic (taxa básica de juros) para 13,75% ao ano.

    O dólar voltou a sofrer valorização frente ao real, após a divulgação do aumento das vagas de emprego nos Estados Unidos ampliar a expectativa de crescimento econômico no país. Com isso, o dólar atingiu R$ 3,158 na última sexta-feira.

    O relatório Focus do Banco Central mostrou novo aumento na expectativa da inflação brasileira. Foi a oitava alta seguida na projeção das instituições consultadas pelo BC sobre o nível de preços no país em 2015.

    O novo estudo indica o valor esperado da inflação em 8,46%, em vez de 8,39% como indicado anteriormente. Além disso, mostra que o PIB brasileiro cairá 1,3% no ano, frente ao recuo de 1,27% projetado no relatório anterior.

    O grande destaque positivo da economia brasileira em 2015 foi o setor agropecuário que apresentou um crescimento acentuado de 4,7% no primeiro trimestre do ano. De acordo com especialistas, esse crescimento ocorreu devido a um grande aumento no investimento em biotecnologia por parte dos proprietários de terra, permitindo um grande aumento na produtividade.

    Nessa semana ocorrerá a divulgação do índice de preços ao consumidor referente ao mês de maio.

    Post em parceria com Guilherme Sharovsky, graduando em Economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia (CJE-FGV)

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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