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    Caro Dinheiro

    Sempre recomendado, CDB pode ser uma boa opção para conservadores

    06/07/2015 02h00

    Avaliar as modalidades financeiras disponíveis no mercado para iniciar uma aplicação não é tarefa fácil, especialmente para o investidor pouco acostumado com a linguagem do mercado e com as siglas que pipocam cada vez que se descobre uma ferramenta nova.

    Para os mais conservadores, com perfil avesso ao risco e amante dos instrumentos considerados mais seguros, é frequente deparar-se com o famoso CDB (Certificado de Depósito Bancário), opção de renda fixa oferecida pelos bancos.

    O CDB consiste em um empréstimo realizado ao banco com rentabilidade atrelada à taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa pela qual os bancos realizam operações de compra e venda de títulos entre si. Por servir aos bancos comerciais, o CDI tem taxas próximas à Selic, o que torna a aplicação em CDBs interessante para o público, já que os retornos superarão, em regra, a alta de preços, mantendo ou aumentando, assim, o poder de compra no longo prazo.

    Mas quais fatores, além do CDI, interferem na porcentagem do CDI que um CDB oferece? O primeiro deles é o tamanho do banco, o qual definirá seu nível de risco e seu rating, a nota atribuída por uma agência externa (como a Moody's e a S&P) ao classificar a probabilidade de não pagamento das dívidas.

    Quanto melhor o rating, melhor a capacidade da instituição de quitar os empréstimos e menor o risco na transação. Desta forma, a tendência é de que o retorno seja menor para ratings melhores, como os dos grandes bancos comerciais.

    Dados obtidos junto às corretoras Easynvest e XP mostram que bancos com rating Baa3 oferecem retorno para o CDB de 118% do CDI, enquanto que aqueles com rating Aaa3 limitam-se a 104%, indicando que bancos médios (como os analisados) provavelmente oferecerão retornos melhores. Vale lembrar que, em caso de calote, os CDBs possuem cobertura de até R$ 250 mil do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) por CPF e por instituição.

    Além do rating e das características de cada banco, a quantia e o prazo também são relevantes para explicar os rendimentos.

    Para capitais maiores, a remuneração também será maior, dado que a instituição terá maior interesse em receber um tíquete de entrada de R$ 100 mil do que um de R$ 2.000, dado que o primeiro poderá suprir mais demandas e permitirá juros mais volumosos com o tempo.

    Ademais, o prazo também será relevante, possuindo um duplo benefício para o investidor: além de apresentar taxas maiores –já que o banco poderá usufruir do capital por mais tempo–, a alíquota de Imposto de Renda (IR) incidente será menor, gerando custos reduzidos para quem puder aguardar mais tempo pelo resgate.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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