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    Caro Dinheiro

    Mundo Econômico

    21/07/2015 10h27

    PANORAMA MUNDO

    Os principais índices acionários americanos registraram ganhos significativos na semana passada. O índice Nasdaq Composite fechou em nível recorde na sexta-feira (17), impulsionado pelos fortes ganhos do setor de tecnologia.

    A alta foi também impulsionada pela melhora no sentimento dos investidores - diminuição dos temores de uma saída desordenada da Grécia da zona do euro - e pelos balanços corporativos positivos. Assim, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite apresentaram avanço na semana de 1,8%, 2,4% e 4,25%, respectivamente.

    Segundo o Livro Bege do Federal Reserve ( Fed, banco central americano), que traz as condições econômicas atuais, a economia dos Estados Unidos continuou se expandindo até a metade do ano. Essa expansão foi influenciada pelo crescimento dos níveis de emprego, principalmente no setor de serviços, de construção e tecnologia de informação.

    Para a presidente do Fed, Janet Yellen, esse ritmo de expansão, que sinaliza a retomada da economia dos Estados Unidos, pode fazer com que a autoridade monetária americana inicie o aumento da taxa de juro —que se encontra em nível recorde de baixa— ainda neste ano.

    O índice que mede a confiança das construtoras de casas nos Estados Unidos no mercado para novos imóveis residenciais alcançou 60 pontos em julho - o maior nível desde novembro de 2005. Segundo o presidente da Associação Nacional para Construtores de Casas, Tom Woods, esse nível de confiança indica que o mercado está mais forte e que o setor imobiliário continuará a se recuperar a um ritmo firme no segundo semestre de 2015.

    Os principais índices acionários europeus fecharam em alta pela nona sessão consecutiva na segunda-feira (20). A alta foi provocada pela reabertura dos bancos gregos e pelo pagamento da dívida grega aos credores —o BCE (Banco Central Europeu) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

    Com isso, o índice FSTE 100 subiu 0,20%, enquanto os índices pan-europeu Stoxx 600 e DAX, de Frankfurt, apresentaram alta maior, de 0,28% e 0,53%, respectivamente.

    Segundo avaliação do Bundesbank (banco central da Alemanha), o crescimento econômico deve se acelerar no segundo trimestre e a previsão é de que a economia alemã cresça 1,5% neste ano.

    O banco central alemão considera que o crescimento será sustentado pelo setor de consumo, que vem sendo favorecido pelas boas condições do mercado de trabalho e pelos aumentos consideráveis dos salários, e pelas exportações alemãs, que aumentaram fortemente.

    Os índices de preços ao consumidor, na zona do euro e na União Europeia, ficaram estáveis entre maio e junho. Já a produção industrial de maio recuou 0,4% na zona do euro e 0,3% na União Europeia. O recuo, na comparação mensal, foi influenciado principalmente pela queda nos preços da energia e dos bens de consumo não duráveis.

    Já os mercados acionários asiáticos fecharam sem rumo comum, com os investidores se atentando para o desenrolar da situação da Grécia e para as ações do governo chinês para garantir a liquidez nos mercados.
    Assim, o índice Xangai Composto teve alta de 0,88%, enquanto os índices Hang Seng, de Hong Kong, e Kospi, de Seul, registraram baixa de 0,04% e 0,17%, respectivamente.

    A China apresentou crescimento de 7% no segundo trimestre, sugerindo que as medidas de estímulo lançadas pelo governo chinês para incentivar a atividade econômica —cortes na taxa básica de juros, reduções no compulsório bancário e aceleração dos gastos com infraestrutura— foram eficientes e conseguiram amortecer o declínio de crescimento que vinha ocorrendo.

    Embora o crescimento tenha ficado acima do esperado, alguns analistas alertam que esse resultado foi influenciado por fatores temporários, como o boom do mercado de ações. Os fatores refletem uma contribuição fora do comum do setor de serviços financeiros, que esteve muito aquecido no segundo trimestre, indicando a possibilidade de um ritmo de crescimento mais fraco no próximo semestre.

    Nos próximos dias será divulgada a balança comercial do Japão, o PMI Industrial HSBC de julho da China e o PMI Industrial de julho da Alemanha.

    PANORAMA BRASIL

    A Bolsa brasileira registrou queda de 1,42% nessa segunda-feira (20). A principal fonte de pressão negativa do último pregão foi a Petrobras, que registrou desvalorizações devido à queda do preço do petróleo e à crise política brasileira.

    Já o dólar encerrou a semana passada em alta de 1,10% frente ao real, impulsionado pela piora do cenário político local, com dúvidas quanto a governabilidade da presidente Dilma Rousseff e a capacidade do governo de implementar o ajuste fiscal.

    Segundo o boletim Focus, o mercado piorou a previsão de queda da economia brasileira neste ano. Agora, espera-se uma contração de 1,70% no PIB (Produto Interno Bruto), em vez de 1,50%.

    O ajuste na expectativa do mercado reflete a revisão das projeções do Itaú, Bradesco e BNP Paribas para o PIB brasileiro. Essas instituições esperam que a queda da economia seja superior a 2% em 2015 e o Itaú e o BNP Paribas ainda esperam que o país enfrente retração também em 2016.

    A empresa de informações financeiras Serasa Experian informou que a demanda das empresas por crédito caiu 0,5% em junho na comparação com maio. Para os economistas da Serasa Experian, a fraca procura por crédito pelas empresas é explicada pelos juros em alta e pela queda dos níveis de confiança empresariais.

    Além disso, a consultoria destacou em nota que a retração na demanda por crédito aponta para uma queda da atividade econômica no segundo trimestre desse ano, consolidando um quadro recessivo para a economia brasileira.

    Nos próximos dias será divulgada a taxa de desemprego de junho e o índice de confiança do consumidor de julho, calculado pela FGV.

    Post em parceria com João Luiz de Cerqueira Cesar, graduando em economia pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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