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    Caro Dinheiro - Samy Dana

    Mundo Econômico

    11/08/2015 11h33

    PANORAMA MUNDO

    As Bolsas americanas começaram a semana com uma alta discreta, impulsionadas pelas expectativas de um acordo da Grécia com os credores. O índice S&P 500 atingiu 2.104 pontos e o Dow Jones, 17.615 pontos. Os mercados também refletiram otimismo com o anúncio da aquisição da Precision Castparts pela Berkshire, aquisição engendrada pelo megainvestidor Warren Buffett pelo valor de US$ 37,2 bilhões.

    A economia americana se encontra em um momento singular. As taxas de crescimento se mantêm abaixo do previsto, mas indicadores de emprego e crédito indicam que a recuperação será duradoura. O principal indicador de desemprego se manteve próximo aos 5% por três meses consecutivos, com a adição de novos 215 mil postos de trabalho em julho.

    Segundo o Federal Reserve (Fed, banco central americano), o crédito ao consumidor em junho deste ano atingiu o patamar de US$ 20 bilhões, crescimento em relação aos meses anteriores e acima da expectativa de US$ 17 bilhões anunciada pelo The Wall Street Journal.

    O mercado de ações na Europa tem seguido a tendência de alta dos EUA. O anúncio de um possível resgate a Grécia, negociado no último fim de semana, recoloca em pauta as possibilidades de crescimento para a economia da união européia quando este desequilíbrio pernicioso estiver sob controle.

    Com isso, o índice Stoxx 600 teve aumento de 0,69%, o FTSE de 0,26% e o índice alemão DAX subiu 0,99%. Além disso, as ações da seguradora Allianz subiram 2,6% após a elevação das expectativas de sua aquisição na concorrência entre o BNP Paribas, Berenberg e JP Morgan.

    Na Europa, a Alemanha continua em destaque, com as taxas de desemprego mais baixas das últimas décadas, um aumento nas encomendas para exportação de 4,8% e uma elevação robusta da demanda por bens de capital fora da zona do euro. A Airbus, por exemplo, recebeu em junho 135 encomendas de aeronaves, superando em muito as 18 aeronaves de maio.

    A Bolsa de Pequim começa a semana subindo 4,9%, em um movimento persistente de volatilidade. Investidores internacionais esperam medidas do governo chinês para estabilizar os mercados, pois a incerteza tem enfraquecido potenciais investimentos nas empresas do país.

    O preço ao produtor chinês atingiu o menor patamar em seis anos, paralelamente a uma pressão deflacionária e a um avanço de 1,6% do custo ao produtor no mês de julho.

    O aumento nos custos pode ser atribuído em parte a uma inflação salarial nos últimos meses e ao aumento do volume de processos contra multinacionais no país. A redução de receitas tem estado atrelada a uma diminuição de demanda dos mercados internacionais e ao acirramento da concorrência interna que tem conduzido os preços para baixo.

    Para a semana são aguardados o índice de vendas do varejo nos EUA, o índice ZEW de percepção econômica na Alemanha e o indicador de produção industrial na China.

    PANORAMA BRASIL

    A redução da temperatura no cenário político nacional tem conduzido o dólar a patamares mais baixos em relação ao real. A moeda começou a semana com queda de 1,85%, fechando a R$ 3,44 na venda à vista.

    Além de questões domésticas, o dólar perdeu força para o euro e está com o preço amarrado pela redução da demanda de investidores. Segundo corretoras do mercado de câmbio, existe uma descrença no aumento do juro americano em setembro e uma esperança de liquidez que não deve valorizar a moeda.

    O banco Itaú novamente revisou para baixo diversas projeções de indicadores macroeconômicos para este e para o próximo ano. A expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2015 passou da retração de 2,2% para 2,3% enquanto a queda de 2016 aprofundou-se de 0,2% para 1%. Já a estimativa da taxa de desemprego estimada para 2015 ficou em 8%, enquanto a projeção para 2016 foi elevada de 9% para 9,3%.

    Essa piora no cenário econômico atual e futuro está acelerando a deterioração das micro e pequenas indústrias de São Paulo. Segundo uma pesquisa do Datafolha, entre junho e julho a proporção de empresas que correm risco iminente de fechamento (em até 90 dias) dobrou de 13% para 26%. O percentual equivale a aproximadamente 75 mil empresas e é o pior resultado da série iniciada em 2013.

    Além disso, a mesma pesquisa ainda apontou que o índice medidor da satisfação dos empresários baixou de 96 para 84 pontos entre junho e julho. Nesse índice, números abaixo de 100 pontos representam um quadro de pessimismo dos empresários com relação ao ambiente econômico atual e futuro.

    Na semana serão divulgados o índice de vendas do varejo mensal e o fluxo de moeda estrangeira.

    Post em parceria com Douglas Moreira de Gouvea, graduando em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas e consultor pela Consultoria Junior de Economia

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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