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    Caro Dinheiro - Samy Dana

    Por que blogamos?

    15/10/2015 02h00

    Com tantas e tantas páginas na web lutando pela atenção dos leitores, é interessante ver como os blogs conseguem ainda se manter vivos. Não foram poucas as vezes em que os blogs foram declarados mortos: com o surgimento de Orkut, YouTube, Facebook...cada nova plataforma que surge acompanha a premonição: os blogs vão morrer.

    No entanto, cá estamos. Escrevendo em um blog, por sinal. Você pode ter chegado a esse texto pelo site da Folha, por um compartilhamento no Facebook ou e-mail ou até mesmo procurando diretamente por ele. A forma não importa, pois o resultado é mesmo. Cá está você acompanhando este texto.

    É interessante notar como a motivação dos blogueiros não diminui frente à concorrência cada vez mais acirrada. Em tempos em que a audiência se mede na casa dos centenas de milhões de pageviews, como encontrar motivação para continuar a escrever?

    A economia comportamental traz uma hipótese: mais do que gostar de escrever, nós gostamos mesmo é de saber que alguém lê aquilo que escrevemos. Sua audiência pode se limitar aos seus melhores amigos e família, ou então ser destaque em algum grande portal e gerar milhões de acessos. O tamanho não importa tanto.

    A consciência (ou esperança) de que alguma pessoa pode ler o que escrevemos é o que importa. "De fato, a estatística de pageviews é um mecanismo altamente motivador da blogosfera, pois ele permite ao blogueiro saber exatamente quantas vezes o post foi lido", destaca Dan Ariely em "Positivamente Irracional".

    Mas não é só isso. A possibilidade de os leitores deixarem comentários é relevante para os dois lados. O blogueiro passa a ter certeza de que alguém leu o seu texto, e o leitor, por sua vez, se torna autor.

    "Muitos blogs têm audiências baixíssimas —talvez somente a mãe do blogueiro ou seu melhor amigo leiam o que escrevem—, mas mesmo escrever para apenas uma pessoa, contra escrever (um diário) para ninguém, parece ser o suficiente para estimular milhões de pessoas a blogar", emenda Ariely.

    Blogs, canais de YouTube, páginas no Facebook ou qualquer que seja a sua plataforma: o fato de conseguir expor suas ideias e engajar ainda que poucos leitores é o suficiente para fazer com que tantos e tantos queiram expor suas ideias on-line. De blogueiras de moda e vlogueiros sobre games, tem leitor para tudo —até para um blog sobre economia comportamental.

    Post em parceria com Carolina Ruhman Sandler, jornalista, fundadora do site Finanças Femininas e coautora do livro "Finanças femininas - Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos" (Saraiva)

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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