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    Caro Dinheiro - Samy Dana

    Minicontrato de dólar é opção para se proteger da volatilidade da moeda

    19/10/2015 02h00

    Durante uma crise econômica, um dos efeitos mais sentidos pela população é a volatilidade da taxa de câmbio. A disparada do dólar frente ao real é um verdadeiro pesadelo para a economia –porque contribui para o aumento da inflação– e também para quem tem viagem internacional marcada ou dívidas em moeda estrangeira.

    Alguns investidores optam por aplicar em fundos cambiais, mas, como disse aqui na semana passada, essa opção não necessariamente acompanha os movimentos da moeda e pode ter custos muito elevados devido às taxas de administração.

    Uma opção interessante para quem quer se proteger das oscilações do câmbio são os minicontratos cambiais –também conhecidos como "Dólar Mini". O termo "mini" faz referência ao tamanho do contrato negociado, que equivale a 20% do contrato padrão da BM&FBovespa, no caso do dólar, de US$ 50 mil. O mini negocia lotes de US$ 10 mil.

    Uma vantagem é que esta quantia não precisa ser paga no momento da aquisição do contrato. Por se tratar de uma negociação de dólar no mercado futuro, ela não exige que o investidor imobilize o montante imediatamente.

    Como exemplo, vamos imaginar que uma pessoa comprou um contrato com vencimento para daqui a um mês, a uma cotação de R$ 4,10. A partir daí, a cada dia que passa, é feito um ajuste em sua conta. Ou seja, ela perde ou ganha dinheiro com a cotação diária.

    Se ao final do contrato o dólar estiver custando R$ 4,11, o investidor ganhará neste dia R$ 0,01 multiplicado pela quantidade de dólares que possui no lote, ou seja R$ 100 (US$ 10 mil x 0,01). Se a moeda tiver se desvalorizado, para R$ 4,09, o investidor terá perda de R$ 100.

    Assim, o investidor ganha ou perde com todas as oscilações até o fechamento do contrato.

    Vale ressaltar, no entanto, que para adquirir um contrato como esse é preciso fazer um depósito de garantia de cerca de R$ 2.800.

    Essa quantia não precisa ser entregue em dinheiro. O investidor pode usar outras aplicações, como investimentos em títulos públicos, CDBs (Certificados de Depósito Bancário), entre outros ativos.

    À medida que o retorno do investidor cresce, ele pode retirar o dinheiro da aplicação. Da mesma forma, se perder dinheiro, precisará fazer um depósito adicional para manter a garantia.

    De modo geral, os minicontratos cambiais são uma solução mais vantajosa do que a compra de dólar em espécie com antecedência para quem quer viajar ou custear alguma despesa.

    caro dinheiro

    Escreveu até novembro de 2015

    por samy dana

    Ph.D em Business, doutorado em administração, mestrado e bacharelado em economia. É professor na Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV.

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