A Trackers derrubou o muro e o muro derrubou a Trackers.

Depois de ser emparedada duas vezes pela prefeitura, por não ter alvará, de derrubar a barreira e continuar funcionando, a balada mais moderna do centro da cidade deixará de existir. Ao menos "por seis meses", diz o dono do clube, que foi eleito o melhor da cidade em 2013 pelo júri do "Guia Folha".

Um muro foi levantado na entrada da Trackers na tarde do dia 11. No noite do sexta, 13, a balada já tinha retirado os tijolos de concreto e estava aberta de novo, cobrando R$ 30 pela entrada da festa Colab 011. "Foi um pequeno evento", diz o dono da balada, Rubens Peterlongo.

	Divulgação
	Fachada da casa noturna Trackers, emparedada pela prefeitura na tarde da quarta, 11

A prefeitura não tem números de quantas vezes uma casa noturna desrespeitou uma parede. "Mas é raríssimo. Nem nós estamos acreditando", diz um funcionário público, sob sigilo. O caso agora irá para a Procuradoria Geral do Município, que deve abrir inquérito policial, pelo estabelecimento colocar seus frequentadores em risco.

"Esse prédio é muito complicado, sempre esbarrou em dificuldades estruturais. Como o imóvel é antigo [da década de 1930], cada um vem aqui e diz que precisa de coisas diferentes. Se tivesse que começar uma obra, já teria feito umas cinco diferentes", afirma Peterlongo.

	Chico Felitti/Folhapress
	Trackers, que fora emparedada pela prefeitura, reaberta no dia 13

A Trackers colocou suas pistas de dança no segundo e terceiro andares de um imóvel com cara de abandonado, sem acessibilidade sem detectores de fumaça, sem extintores a cada 20 metros, sem rotas de fuga sinalizadas, sem... nada.

Mas agora, seja na força ou por vontade própria, não passa. "Não tem volta Aquelas festas enormes acabaram. Estamos com um projeto de abrir o salão do térreo." Foi onde funcionou um bingo até a gestão Kassab proibir a jogatina na cidade, em 2008.

Rubens diz que dormiu dentro do prédio todos os dias, para "montar guardar" depois que sem-teto tentaram invadir o prédio que aluga, no começo do mês. "Eles disseram que conheciam gente e que, se nós tínhamos conchavo com a prefeitura, isso ia acabar."

A prefeitura nega ligação entre a suposta invasão e o fechamento.

	Leandro Godoi/Divulgação
	Ambiente do Trackers, eleito o melhor clube de São Paulo pelo júri do Melhores de 2013

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QUALQUER NÚMERO

100%
é quanto cresce a procura por massagem "do-in", que diz ser útil contra a ressaca, em dias que se seguem a jogos do Brasil na Copa. "Nem adianta ligar no mesmo dia, tem que adiantar com pelo menos uma semana de antecedência", avisa a massoterapeuta Elaine Alídio.

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32 MINUTOS COM O EMPRESÁRIO FOCCA BARRETO

"Eu estou mais sério", diz Focca Barreto, 56, dentro do seu paletó brilhante, enquanto olha mensagens de mulheres loiras no Facebook, pelo celular.

O homem que inventou o Clube das Mulheres e ficou notório por invadir festas sem ser convidado ("teve aquela vez que eu peguei o Michael Jackson no aeroporto sem nem conhecê-lo...") agora é sóbrio e discreto.

Abriu o La Fiesta, que chama de "bar sunset party", na Vila Olímpia, e diz que vai dar um tempo de ser penetra e de aparecer à frente dos homens desnudos do Clube das Mulheres. Há quem diga a guinada é plano eleitoral.

	Petala Lopes/ Folhapress
	Focca Barreto, 63, criador do Clube das Mulheres

"Tenho síndrome de Peter Pan. Mas desisti das garotinhas e de ser eu garotão. Eu sempre encontro uma, é claro. É que antigamente eu encontrava 50, agora só uma"

"O Clube das Mulheres existe há 24 anos. E eu continua entrando com os caras [no palco], sem fazer feio. Eu adoro, mas vou focar em outras coisas por uns tempos"

"O dinheiro da minha família era baseado em imóveis. Mas muita gente não pagava aluguel, meu pai andou dando apartamentos por aí e perdemos muita coisa"

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CLUBE DAS NOVINHAS
Enquanto Focca não foca no seu Clube das Mulheres, nasce a concorrência: abriu neste mês uma balada só para mulheres em Moema. O Secret's Club, que abre às sextas e cobra R$ 60 de entrada, leioloa o carinho dos homens pouco vestidos.

"Pode fazer tudo com eles, menos sexo", diz o dono, Evaldo Shiroma. O máximo valor já alcançado por um conviva foi R$ 100.