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    Cidadona - Chico Felitti

    Paulistanos investigam se frentes frias só chegam aos fins de semana a SP

    DE SÃO PAULO

    27/07/2014 02h00

    Há uma nuvem de lágrimas sobre São Paulo.

    Paulistanos desconfiam que a cidade tem uma tendência a receber frentes frias perto do fim de semana. E se armam para provar que até a natureza conspira contra a merecida diversão.

    O jornalista Guilherme Alpendre começou a notar em janeiro que suas segundas-feiras tinham céu azul enquanto sábados e domingos amanheciam cinza-chumbo.

    Passou a anotar cada mudança de tempo. Registrou 17 chegadas de frentes desde o primeiro dia do ano. Quatro em sábados, três em sextas, três em quintas, duas em domingos e uma numa quarta que precedia o feriado de Corpus Christi.

    No Data Alpendre, planilha que ele mantém com o registro das nuvens negras, há três segundas-feiras (uma delas com greve do Metrô) e nenhuma terça recepcionando tempo ruim.

    O advogado Marcos Miumy não conhece o jornalista Alpendre, mas faz contagem semelhante há um ano. Só que em seu registro de 2014 há outras três massas de ar (e de desânimo) que chegaram às sextas.

    O Inpe discorda da mania de perseguição. O Instituto de Pesquisas Espaciais, que observa o clima, afirma que não houve frente fria chegando à cidade em janeiro nem fevereiro. Em março, foi uma, aportando no domingo, 23. Abril viu o tempo esfriar em uma segunda (14) e uma quinta (24).

    Maio teve uma na sexta, 9, e outra na segunda, 26. Junho contou duas segundas (2 e 9) um domingo (29).

    "Há que ter cuidado, pois muita gente confunde nuvem, chuva e frio com frente fria, o que não é verdade", diz o Inpe em nota.

    "Estão de conluio com o frio", brinca Alpender. "Podem negar o quanto for. Um dia vou provar que é a cidade do inverno no fim de semana, e aí serei reconhecido", profetiza Miumy.

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    QUALQUER NÚMERO
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    Meses é o tempo que um homem de cabelos encaracolados teria de ficar sem cortar os cabelos para que as madeixas ficassem mais ou menos do tamanho das de David Luiz. "E pelo jeito que os cachos balançam quando ele corre, é sinal de que é bem cuidado", diz o cabeleireiro Marquinhos Saum, do Hair By Hair

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    SIM, NÃO E UM TALVEZ

    É impossível conversar com Dilú Araujo depois do Sol se pôr. A baiana de "30 e uns anos" usa um microfone e frases como "bala de tangerina para chupar uma v..." para vender guloseimas em baladas da região da Paulista. Ela é parada a cada 15 segundos por alguém que quer um abraço, uma foto, uma frase escrachada. Formada em letras e ex-cabeleireira, Dilú agora quer faturar com a veia artística que a sustenta na noite. "Teve até rede de TV que copiou minhas frases."

    Suas frases abusadas já deram briga?
    Talvez

    Ouvi dizer que registrou seus bordões na Biblioteca Nacional?
    Sim

    Pode beber em serviço?
    Não

    E usar outras coisas?
    Não

    Apelida os cigarros que vende de "mata rápido", "brochante" e "estoura peito", porque é contra o fumo?
    Sim

    É verdade que já escreveu uma peça de "stand up"?
    Sim

    Ganha mais com gorjeta do que com produtos?
    Sim

    Seu personagem é bem sexual. Você topa tudo nesse aspecto?
    Não

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    ARRANCA-RABO NA NA PARIS PAULISTANA

    "Você está destruindo o bairro", ouviu Isaac Azar, dono dos restaurantes Paris 6, enquanto andava para casa um dia. O emissor da crítica é um engenheiro vizinho ao restaurante dos Jardins, que pede para não ser identificado, mas se justifica: "O negócio dele trouxe trânsito, barulho e comida ruim". Isaac responde: "É o quarteirão mais seguro do bairro por causa do meu movimento, que se porta bem".

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    REZANDO MAIS PERTO DO CÉU
    Uma missa a 75 metros do chão, com vista para o vale do Anhangabaú, é o novo atrativo de um prédio clássico da cidade. A celebração mensal acontece no salão de festas do edifício Viadutos, obra de Jurado Artacho em frente à Câmara Municipal.
    "É para os moradores do prédio, mas não tem problema se algum deles quiser levar amigos", diz o síndico José Marques. O próximo encontro com o padre José Roberto, da igreja da Consolação, será em 4 de agosto.

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