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    Cidadona - Chico Felitti

    Mulheres ricas vão à periferia para fazer escova definitiva com formol

    17/08/2014 02h00

    "Credo!", diz Marco Antonio de Biaggi, que trata dos cabelos de Adriane Galisteu. "Aqui elas não encontram, por isso cruzam a cidade atrás de quem tenha", diz Celso Kamura, cabeleireiro presidencial.

    A empresária Marina é cliente dos dois conceituados profissionais dos Jardins. Mas hoje vai alisar as madeixas louras a 15 km da rua Oscar Freire: mulheres ricas estão indo a salões da periferia para fazer escova progressiva com formol, substância que foi proibida há cinco anos, mas que ainda mora no couro cabeludo de algumas paulistanas.

    O jipe Land Rover de Marina já não causa mais alvoroço quando ela chega na sexta (8) à rua sem saída da Vila Jacuí, zona leste da cidade. Há dois anos ela faz o percurso entre a casa, no Jardim Europa, e o salão de beleza com porta de correr aberta para a rua e pôsteres esmorecidos na parede.

    A dona, que dá nome ao empreendimento, a recebe com beijos e uma pilha de revistas de fofoca da semana. "Demora entre duas e três horas para 'fazer' o cabelão dela, que é comprido", diz a profissional. O procedimento custa R$ 300 —quase metade dos R$ 500 que ela paga para cortar com Kamura ou Biaggi.

    "Mudou minha clientela nos últimos anos. Além das vizinhas, agora tenho essas mulheres finas. Dá para tirar mais que o dobro de antes", diz a cabeleireira que não.

    Amigas de Marina, como a dona de casa Aninha, vão ao mesmo salão. "Já fui a um em Santana que era mais pertinho, nem meia hora de carro. Mas a moça parou de fazer, então tive que ir nesse", conta a também loura.

    "Fiquei inconsolável quando proibiram [o formol para alisamento de cabelos]. Daí uma assistente que trabalhava no salão em que eu corto, nos Jardins, falou que a tia dela, na Vila Matilde, ainda fazia. Fui", diz Susana, 39, empresária.

    A Anvisa avisa: o formol do procedimento pode causar queimaduras na pele, danos irreversíveis à visão e câncer no aparelho respiratório. Mas o efeito adverso mais temido pelas usuárias é um tiro pela culatra: queda capilar. "Conheci uma mulher que [o cabelo] caía que nem o da Carolina Dieckmann na novela", diz Aninha. "Mas comigo não vai acontecer, né, eles são profissionais, só mais pobrinhos", diz, passando a mão pelos cabelos lisos

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    QUALQUER NÚMERO

    DE 15 A 28 DE SETEMBRO
    de setembro. É quando acontece a segunda edição da Restaurant Week. O tema desta edição do evento, que deve contar com 250 restaurantes, será fusão gastronômica: os chefs terão de cozinhar com ingredientes e técnicas culinárias de diversas partes do mundo.

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    NÃO DÊ GORJETA, DÊ CERVEJA
    Em vez de ir além dos 10%, clientes muito felizes com a comida e o serviço do Side, no Itaim Bibi, podem demonstrar seu apreço financeiro de outro jeito. O cardápio oferece comprar uma rodada de cervejas para a cozinha, por R$ 18. Funcionários já postaram em redes sociais fotos bebendo, para mostrar que o benefício vai mesmo para onde deveria.

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    UM TREMENDO QUEIJO DE BALADA
    Tá sentindo a "vibe"? Quem for à festa Panorama, que o Museu de Arte Moderna sedia na terça (19), vai poder usar a gíria sem ser leviano: o lugar terá uma plataforma para até 80 pessoas subirem em cima. O "queijo" coletivo de balada emite ondas sonoras e treme de acordo com as batidas da música. Mas não é só para festa: foi comprado pelo museu para ser usado no Sencity, evento destinado a deficientes auditivos que ocorre até o fim do ano, ainda sem data marcada.

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    UMA BIENAL MENOS BESTSELLER E MAIS DO LIVRO

    A 23ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo começa na sexta (22) com uma cara nova. O evento terá atrações itinerantes e não se limitará ao pavilhão do Anhembi, que também vem com atrações menos quadradas, como o espaço para livros de gastronomia, com direito a cozinha embutida. "A ideia é pegar todos os públicos, aquele que chega à literatura pela novela, inclusive", diz Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), responsável pelo evento. Leia trechos de entrevista com Pansa.

    "É um ambiente não só de comprar de livros nem só de lançamentos, mas de participar de mesas e de debates"

    "Existem alguns problemas que são estruturais do Anhembi, como quantidade de banheiros, que não conseguimos mudar. A gente tentou arrumar períodos de pico: colocamos programações muito interessantes em horários mais vazios, como das 18h às 22h, por exemplo."

    "Neste ano, nós temos um contato muito próximo com o público on-line. Ele é muito interativo e está muito próximo de nós. Quando a gente anunciou a vinda da Cassandra Clare [autora da série "Os Instrumentos Mortais", que vendeu milhões de exemplares], dobrou o número de fãs do nosso Facebook"

    "Vai haver gravação de algumas palestras e depois elas serão colocadas à disposição na internet. No caso da Cassandra, não vai dar [para gravar e colocar na internet] porque o lugar é aberto"

    "Talvez a gente tenha passado anos vendendo muito e trazendo 750 mil pessoas para o evento. Hoje estamos em um momento mais maduro do público e do mercado. Existe um olhar mais profissional e mais aprofundado para esse mercado"

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