Um videoclipe da dupla Palavra Cantada, sucesso entre crianças, é patrocinado por marca de sabonete e gera debate entre pais: trata-se de publicidade infantil?

O clássico "Lavar as Mãos" faz cabecinhas desde os anos 1990, quando tocava no programa "Castelo Rá-Tim-Bum". Há um mês, ele voltou cantado pela Palavra Cantada.

Um clipe em desenho animado começa com uma marca. "Dettol apresenta", diz uma voz infantil. Um frasco idêntico ao do sabonete, mas sem o nome, aparece no desenho, exibido na TV paga e na internet.

	Reprodução/YouTube/Palavra Cantada
	Trecho de vídeo do Palavra Cantada em que aparece o nome de marca de sabão

Pais se descontentaram com a ação de marketing. Foram mais de 30 comunidades e fóruns discutindo a questão na internet.

"Poxa, PC [Palavra Cantada], esperava isso de qualquer artista, menos de vocês. Se vender para uma empresona de sabonetes?!", comentou Ana Dores em seu Facebook. "Cantam músicas hippies, mas tentam vender produto. Coerente!", ralhou num fórum o pai Ricardo Amaro.

A marca diz que o vídeo é uma "ação educativa". O desenho serve para ensinar "o hábito de lavar as mãos", diz a Dettol.

"O cliente quer uma música que a gente toque em show, não é nada explícito", diz Paulo Tatit. Ele, que é o letrista da Palavra Cantada, afirma que a publicidade só pode ser percebida pelos pais. Paulo Tatit. "A Palavra Cantada sempre adorou fazer publicidade. Foi o que nos sustentou por muito tempo."

	Reprodução/YouTube/Palavra Cantada
	O frasco do sabonete que aparece no desenho animado, sem o rótulo

Associações do direito da criança veem o vídeo como um novo caminho, depois do enrijecimento das regras para a publicidade infantil, no começo do ano. "Isso se chama patrocínio institucional. Transmitir valor da marca sem que haja uma persuasão direta do produto sobre a criança", diz Ekaterine Karageorgiadis, do Instituto Alana.

"A embalagem de sabonete poderia ser considerada 'product placement' [inserção de produto em TV ou cinema]. Mas houve a preocupação de não colocar a marca. Talvez coubesse alguma adaptação."

O governo federal também avalia a obra como positiva. "É um ótimo exemplo de como a indústria publicitária pode se reinventar, por meio de patrocínio de conteúdos educativos, sem explorar a vulnerabilidade do julgamento infantil", afirma em nota o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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QUALQUER NÚMERO

R$ 5.000
É a recompensa máxima oferecida pelo Programa Estadual de Recompensa por dicas que levem a encontrar foragidos, agora que o dr. Roger Abdelmassih foi preso (a dele era R$ 10 mil). Estão nessa faixa Marcio "Buda" Ferreira, acusado de formação de quadrilha, e Sonia "Maria do Pó" Rossi, procurada por tráfico de drogas.

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FOTO DE PERFIL

	Gabo Morales/Folhapress
	A artista Sandra Martinelli posa para um retrato em seu ateliê, zona oeste de São Paulo

Vá à exposição de arte, mas não deixe o carro com o valet: as telas estão junto ao carro. A artista plástica Sandra Martinelli, 50, expõe as sete telas da série "Boy", em que pintou os filhos e amigos, nas paredes de um estacionamento. "São telas grandes, que vão ficar ao relento. Tem que desapegar e ver que pintura também pode ter 'cicatrizes' de uma vida bem vivida", diz ela. Os trabalhos ficarão no número 1.372 da rua Fradique Coutinho, na Vila Madalena, por uma semana, a partir das 19h do dia 28.

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HOJE TEM MARMELADA? TEM, SIM SENHORA

Nove damas se contorcendo e treinando o equilíbrio por uma semana. Vai ser assim a primeira residência artística feminina do Festival Paulista de Circo, realizado pela Secretaria da Cultura do Estado, de 28 e 31 de agosto, em Piracicaba. Mulheres de nariz vermelho ficaram de fora. "Não teve muito inscrição de palhaça", diz a professora (e palhaça) Lu Lopes. O resultado da residência poderá ser visto em solo paulistano: em 6 de setembro, na Fábrica de Cultura do bairro do Belém.

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THE BOYS FROM MORUMBI

A ONG Meninos do Morumbi, que já treinou mais de 1.400 crianças e jovens, segue numa crise que dura mais de um ano. Após ter de diminuir o número das turmas, que têm aulas de música, computação e línguas, eles mandaram um e-mail em inglês para parceiros internacionais, lembrando que o grupo depende de apoio para sobreviver. Empresas nacionais dispostas a encampar o projeto podem se beneficiar de isenção pela Lei Rouanet.

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O DISPENSÁVEL INDISPENSÁVEL

	Divulgação
	Éclair (bomba) de Paçoquita Cremosa

A febre da Paçoquita Cremosa cruzou o oceano. E voltou: virou uma bomba de paçoca inspirada na pasta de amendoim da moda. O quitute é o primeiro sabor com pegada brasileira da Éclair Moi Paris, loja na Vila Nova Conceição, e custa R$15. Encomendas pelo telefone 2639-5899,

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