Alvo de protestos que apontam ranço racista em seu nome, o restaurante Senzala, no Alto de Pinheiros, manterá sua marca. "Não mudaremos o nome", diz um dos donos, Carlos Morgado.

Morgado estava no salão quando, numa tarde de maio, um grupo de ativistas dos direitos negros, performers e intelectuais colocou máscaras de ferro e correntes nos pés para protestar contra o nome do estabelecimento.

Gladstone Campos/Divulgação

Restaurante Senzala, na praça Panamericana

Os ativistas comparavam a escolha nominal com Hiroshima, uma das cidades japonesas vitimadas pela bomba atômica na década de 1940, ou Auschwitz, campo de concentração nazista em que centenas de milhares de judeus foram mortos na Segunda Guerra. O dicionário Michaelis define "senzala" como "Conjunto dos alojamentos destinados aos escravos".

Leia abaixo a entrevista com o sócio do Senzala.

Há plano para mudar o nome do restaurante?
A casa tem 45 anos. Quem colocou o nome não fomos nós, que compramos há 15 anos. Então não é o caso. Não, não pensamos em mudar o nome.

Houve oscilação no movimento do restaurante durante os protestos?
Não, não, a gente não sentiu nada nesse sentido.

Como reagiu ao ato feito em meio a clientes?
Deixamos passar o pessoal teatral que veio fazer protesto aqui. A gente espera que não aconteça de novo, ou teremos de fazer alguma coisa.

Que tipo de coisa?
Pensamos em colocar advogado, ver o que podemos fazer.