A Tijuca fica na zona norte do Rio. Desculpem-me os cariocas, mas como este jornal é paulistano de nascença, sinto-me na obrigação de dar essa informação básica.

A zona norte, que não faz parte da maioria dos guias turísticos do Rio, guarda surpresas singelas.

As calçadas são largas, muito diferentes das de São Paulo. As árvores fazem com que a caminhada pelo bairro seja agradável e fresca, apesar do calor da cidade.

O comércio é de bairro, daqueles conhecidos de quem anda pela rua: papelaria, farmácia, padaria, mercadinho, sapateiro. Os prédios são mais baixos e permitem ver o céu.

Existem ruas só com casas antigas, bicolores, que dão vontade de entrar para descansar no geladinho do chão de ladrilho da varanda.

Não andei pelo bochicho da Saens Peña, uma prima da rua 25 de Março, a do comércio popular em São Paulo.

Foi pelas ruas em volta da praça Afonso Pena que fiz meu percurso. A praça parece de cidade do interior: vai chegando o fim da tarde e ela começa a encher. Idosos, crianças com bicicletas, bando de meninos ainda uniformizados da escola.

Parece que todo mundo desce de seu apartamento ou sai de casa para encontrar os amigos e conversar.

É um charme simples, amigo, dá vontade de voltar.

	Andrés Sandoval